Macron consegue maioria absoluta nas legislativas em França

A República em Marcha e aliados do MoDem devem eleger 355 dos 577 deputados. Le Pen eleita deputada. Líder dos socialistas demitiu-se.

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Emmanuel Macron à porta da assembleia de voto onde votou, em Le Touquet Reuters

Emmanuel Macron, como se previa, vai governar a França com uma grande maioria de deputados no Parlamento de Paris. Segundo as projecções da IPSOS para o jornal Le Monde, o seu partido, A República em Marcha, e os aliados do MoDem elegeram 355 dos 577 deputados da Assembleia.

Seguem-se Os Republicanos, com 125 deputados, o Partido Socialista (49), a França Insubmissa (esquerda radical, de Jean-Luc Mélenchon) com 19 deputados e a Frente Nacional (FN) com oito.

A líder da extrema-direita, Marine Le Pen, foi eleita para o Parlamento de Paris. O seu companheiro, Louis Aliot, também foi eleito. Mas Le Pen perdeu um apoio de peso: Florian Philippot, considerado o ideólogo da FN, foi batido pelo candidato da República em Marcha.

A abstenção pode atingir 58%, um recorde em legislativas. Para o primeiro-ministro, a elevada taxa de abstenção é nefasta para a democracia. Édouard Philippe disse que é um motivo para o Governo Macron, com "humildade e determinação", trabalhar para que o seu programa tenha sucesso.

Após a divulgação destas projecções, surgiram as primeiras reacções. François Baroin, de Os Republicanos, posicionou o seu partido na oposição ao dizer que vai mostrar a diferença entre os conservadores e Macron, sobretudo em matéria de impostos.

Sustentando-se na abstenção, Le Pen disse que Macron conseguiu a maioria no Parlamento mas que as suas ideias estão "em minoria" no país.

Líder socialista demite-se

Eliminado na primeira volta, o secretário-geral do Partido Socialista demitiu-se perante a confirmação do mau resultado do partido no total das duas voltas.

"Tomo esta decisão sem amargura nem cólera, consciente do meu dever e do momento crucial que a esquerda atravessa", disse Jean-Christophe Cambadélis.

"A esquerda deve mudar, na forma e no conteúdo, as suas ideias e os seus organizadores, deve abrir um novo ciclo", afirmou, após serem divulgadas as primeiras projecções. Falou na sede do PS na rua Solférino, em Paris.

Os jornais franceses especulavam que o PS podia vender a sede, num dos bairros mais caros de Paris, para cobrir os gastos da campanha eleitoral. Os partidos recebem subsídios de acordo com o número de votos que recebem e os desaires eleitorais dos socialistas (presidenciais e legislativas) deixaram o partido com graves problemas financeiros.

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