Medina apresenta candidatura a Lisboa no dia 26
Apadrinhado mais uma vez por Costa, Medina anuncia na próxima semana aquilo que toda a gente já sabe: é o candidato socialista à Câmara de Lisboa.
Fernando Medina vai anunciar a sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa na segunda-feira da próxima semana, dia 26 de Junho. A apresentação será feita por António Costa, na qualidade de secretário-geral do PS, e decorrerá às 18 horas, no Palácio Galveias.
A formalização da candidatura de Medina não é uma novidade já que, no início do ano, a direcção socialista aprovou que todos os presidentes de câmaras em exercício e que não tivessem atingido os 12 anos de limitação de mandato disputariam de novo o cargo. Mas esta é a primeira vez que Medina se candidata como número um da lista do PS a eleições autárquicas.
A composição das listas à câmara e à assembleia municipal da coligação que junta o PS e ao movimento Cidadãos Por Lisboa só deverá ser conhecida no final de Julho, de forma a que os actuais vereadores terminem sem perturbações os seus mandatos, mesmo aqueles que se recandidatem.
Há quatro anos, Medina integrou pela primeira vez a lista socialista autárquica, tendo aparecido como número dois, logo atrás de Costa, num claro sinal de que o PS estava a preparar a sucessão do então presidente da Câmara desde 2007.
A escolha de Medina foi uma decisão pessoal de António Costa, que assim garantiu o perfil de quem o iria suceder quando optasse por deixar os Paços do Concelho. Até então Medina integrara o gabinete de António Guterres no seu segundo Governo e ocupara as pastas de secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional e depois de secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento, sempre com o ministro Vieira da Silva, nos governos de José Sócrates. Em 2013, era há dois anos deputado e vice-presidente do grupo parlamentar do PS.
No primeiro mandato, Medina foi responsável pelo pelouro das Finanças, outro sinal da importância que o vereador adquiria dentro da arquitectura da Câmara. A sucessão anunciada verificou-se em Abril de 2015, quando Costa deixou a Praça do Município para se instalar no Largo do Rato e se dedicar em exclusivo à campanha para as legislativas de 4 de Outubro.
Quando deixa a Câmara de Lisboa, Costa Já era secretário-geral do PS desde 22 de Novembro de 2014, quando foi candidato único às eleições directas. Era o fim da ascensão à liderança, depois após as eleições europeias desse ano de ter aberto hostilidades contra o então líder do PS, António José Seguro, por os socialistas terem tido 31,5% dos votos. Logo na noite eleitoral Costa considerou que “quem ganha por poucochinho, faz poucochinho”, acrescentando que era preciso “uma vitória clara, inequívoca”, traçando o objectivo de uma maioria absoluta que até hoje nunca alcançou, tendo perdido as legislativas de 2015 e só conseguindo ser primeiro-ministro fruto dos acordos com o BE, PCP e PEV.
O confronto entre Costa e Seguro deu-se a 28 de Setembro de 2014, nas primeiras e únicas eleições primárias realizadas no PS para a escolha de um candidato a primeiro-ministro. Costa ganhou com 67,88% dos votos dos militantes e dos simpatizantes contra 31,65% de Seguro, que se demitiu de seguida.
Durante os dois anos como vereador, Medina preparou-se para a substituição e quando em Abril de 2015 assumiu o cargo, assumiu também a herança. Além dos projectos para a cidade, herdou a vereação, na qual poucas peças mexeram. Apenas entrou João Paulo Saraiva, dos Cidadãos por Lisboa, que ficou com as Finanças.
Já depois das legislativas de 2015, a vereadora Graça Fonseca, que detinha os pelouros da economia, inovação, educação e reforma administrativa, integrou o Governo como secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, sendo substituída por Catarina Albergaria. Esta nova vereadora do PS ficou apenas com a educação, tendo os restantes pelouros de Graça Fonseca sido redistribuídos - Medina ficou com a inovação, que considera estratégica para a câmara.
Resta agora esperar pelo fim de Julho para ver quem fica e quem sai da lista socialista e qual o grau de renovação na distribuição de pastas que vai ser imprimido pelo PS em coligação com o movimento Cidadãos por Lisboa.