Rússia "pode ter matado" o líder do Daesh
Ministro da Defesa russo diz que está a ser investigada a possibilidade de Abu Bakr al-Bagdadi ter sido atingido num ataque aéreo em Raqqa.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, afirmou esta sexta-feira que o líder do grupo terrorista Daesh poderá ter sido morto. Segundo o governante, Abu Bakr al-Bagdadi "poderá ter morrido" num bombardeamento no dia 28 de Maio em Raqqa, cidade tomada pelo Daesh no Verão de 2014 e que o grupo jihadista apresentou como a capital do “califado” que auto-proclamou.
Não obstante, não existe ainda uma confirmação oficial. E esta não é a primeira vez que a morte do líder terrorista é noticiada — até agora, essas informações revelaram-se sempre falsas.
Segundo a Associated Press, o ataque que eliminou o líder terrorista terá morto ainda outros 30 líderes militares e cerca de 300 combatentes do Daesh que estavam numa reunmião na cidade síria.
"De acordo com informação que está neste momento a ser verificada através de vários meios, o líder do Daesh, Abu Bakr al-Baghdadi, eliminado através de um ataque aéreo, também estava no encontro", disse o Shoigu.
A mesma fonte adianta que os EUA foram avisados da hora e local do ataque.
O director do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdulrahman, reage a este anúncio com cepticismo. Ouvido pela Reuters, Abdulrahman disse que de acordo com as suas fontes, o líder do Daesh estaria localizado noutra cidade síria à data do ataque aéreo.
Quem é al-Bagdadi?
Abu Bakr al-Bagdadi, de 46 anos, nasceu em Samarra, no Iraque, no seio de uma família de classe média. Doutorou-se em Estudos Islâmicos. A sua radicalização começou a desenhar-se durante a sua adolescência, quando integrou movimentos violentos, incentivado por um tio. Na família, era conhecido por "castigar" aqueles que não vivessem segundo as suas regras restritas, conta a BBC.
Em 2003, após a invasão dos EUA ao Iraque formou um grupo e no ano seguinte as forças norte-americanas colocaram-no num campo de detenção durante dez meses. Lá, liderava os sermões semanais e as orações e dava aulas. Relata o seu antigo companheiro de cela que al-Bagdadi tinha um talento especial para se movimentar entre grupos rivais dentro da prisão e manteve contacto com muitas alianças quando foi libertado.
Integrou depois o grupo terrorista al-Qaeda e tornou-se o seu líder no Iraque.
A última vez que foi visto em público foi em Junho de 2014, escreve a BBC, num sermão em Mossul, no Iraque, depois do Daesh ter assumido o controlo da cidade.
Decorrem operações militares para derrotar o Daesh em Raqqa e em Mossul.