Morreu o violista Durval Moreirinhas

Histórico da canção de Coimbra, acompanhou Amália e José Afonso. Tinha 80 anos.

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O instrumentista e compositor Durval Moreirinhas, de 80 anos, que acompanhou à viola nomes como Amália Rodrigues ou José Afonso, e é considerado um dos históricos da canção de Coimbra, morreu esta segunda-feira em Lisboa, aos 80 anos, adiantou o músico Rui Pato à agência Lusa. O funeral deverá realizar-se na quinta-feira em Oliveira do Hospital.  

Nascido em Celorico de Basto, em 1937, Durval Moreirinhas foi morar para Coimbra aos dez anos e entrou aos 15 para a Tuna Académica, tendo vindo a tornar-se um dos mais prestigiados violistas de Coimbra, com uma carreira de mais de meio século.

“A sua viola fez-se ouvir em várias partes do mundo, do Olympia de Paris ao Lincoln Center de Nova Iorque, passando pela Suécia, Espanha, Alemanha, Brasil, Argentina, Canadá, Japão, Angola, Cabo Verde, Itália, Macau e Hong Kong”, lembrou Fernando Machado Soares quando Durval Moreirinhas recebeu, em 2006, o Prémio Amália Música de Coimbra, ex-aequo com o guitarrista Jorge Tuna, com quem preparava o lançamento de um novo álbum e que foi seu parceiro num dos duos mais perenes e marcantes da música instrumental coimbrã.

De António Menano a Amália Rodrigues, o violista participou na gravação de mais de três dezenas de discos, colaborando com nomes como Luiz Goes, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira ou Fernando Machado Soares, entre muitos outros.

Com o compositor José Niza, gravou em 1961 as primeiras baladas de José Afonso, exclusivamente acompanhadas à viola: Balada Aleixo e Minha mãe. E com António Portugal, Eduardo Melo e Jorge Moutinho, participou também no primeiro disco de Adriano Correia de Oliveira. Durval Moreirinhas é ainda autor de vários fados e baladas de Coimbra.