Trabalho infantil prejudica desenvolvimento das crianças, alerta o Provedor de Justiça

O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil assinala-se nesta sexta-feira.

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UNICEF diz que há cerca de 168 milhões de crianças no mundo submetidas a trabalho infantil Nuno Ferreira Santos

O Provedor de Justiça, José de Faria Costa, condenou esta segunda-feira, Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, o emprego de crianças em fábricas, na mendicidade e em trabalhos agrícolas que, "pela sua prematuridade e violência", comprometem o seu desenvolvimento.

Numa mensagem publicada no site do Provedor de Justiça, José de Faria Costa assinala a data e condena de "um jeito veemente", o trabalho infantil que compromete "o desenvolvimento físico, psíquico e, até, cognitivo" das crianças e ofende "os seus direitos fundamentais".

Recorda ainda que está disponível a Linha da Criança (800 20 66 56) destinada ao tratamento de questões relativas "a todos aqueles que, em razão da sua precoce idade, são particularmente mais vulneráveis: as crianças e os jovens".

"A Organização Internacional do Trabalho passou a dedicar, desde 2002, o dia 12 de Junho ao combate a todas as formas de trabalho infantil que, um pouco por todo o mundo, são utilizadas, impedindo que as crianças sejam tão-só — o que é já muito — crianças", sublinha.

O Provedor de Justiça adianta que tem desenvolvido actividades, no contexto internacional, no sentido de promover e defender os direitos humanos dos jovens. Recorda, a este propósito, a sua actuação na Rede Temática da Infância e da Adolescência da Federação Ibero-Americana de Ombudsman, um fórum de reflexão e de acção na tutela daqueles direitos num espaço que compreende 20 países da Península Ibérica e da América Latina.

A UNICEF estima que existam 168 milhões de crianças vítimas de trabalho infantil, trabalhando muitas delas — 85 milhões — em condições de exploração infantil, com perigos graves à saúde e sendo envolvidas em conflitos armados.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, mais de 20 em cada cem crianças entram no mercado de trabalho por volta dos 15 anos de idade nos países pobres.