O melhor musical dos prémios Tony é adolescente
Dear Evan Hansen e Oslo foram os grandes premiados. Kevin Spacey falhou como apresentador da cerimónia dos prémios da Broadway.
O musical adolescente Dear Evan Hansen e o drama Oslo, sobre os acordos de paz do Médio Oriente em 1993, foram os grandes vencedores dos prémios Tony, entregues domingo à noite na Nova Iorque cuja cena teatral da Broadway homenageiam. O grande perdedor não estava sequer a concurso – Kevin Spacey, o anfitrião da cerimónia, nem de fraque e cartola convenceu alguns críticos.
O melhor musical foi então Dear Evan Hansen, grande vencedor não só pelo prémio máximo da sua categoria mas também por ter arrecadado seis Tony no total, entre os quais o de melhor actor para Ben Platt – uma jovem revelação de uma peça que foi um êxito surpresa na Broadway – ou o de melhor composição. Oslo, de J.T. Rogers, foi considerada a melhor peça e Bette Midler, que já partia como favorita, recebeu mesmo o seu primeiro Tony por Hello, Dolly! – musical histórico cujo revival foi distinguido com quatro Tony no total. “Um bálsamo nestes tempos terríveis”, disse Middler no Radio City Music Hall.
Outros actores conhecidos fora do meio teatral – como estrelas de televisão e cinema – foram agraciados com prémios Tony, como é o caso de Kevin Kline (melhor actor por Present Laughter, de Noel Coward), Laurie Metcalf (melhor actriz em A Doll's House, Part 2, uma sequela do clássico de Ibsen) ou Cynthia Nixon (pelo seu papel em The Little Foxes).
Além dos prémios, cuja lista completa pode ser consultada aqui, as atenções da noite estavam voltadas para Kevin Spacey, cuja performance não foi bem recebida. A sua estreia no palco dos Tony não teve o calor dos feitos de Neil Patrick Harris, James Corden ou Hugh Jackman, mais ou menos conhecidos pela sua proximidade com o teatro e com o musical em particular, tanto mais que a sua consciência de inadequação para o papel foi a tónica do seu medley musical de arranque. “Spacey é um actor brilhante, mas a humildade e ser caloroso não são os seus pontos fortes. Abrindo à defesa”, escreve a crítica da Hollywood Reporter, significou “começar o espectáculo numa atmosfera tensa”; “a maior falha foi o anfitrião”, escreve por seu turno a Variety, notando que o público “rosnou” quando Spacey surgiu como “Bill Clinton e mandou umas piadas estúpidas às custas de Hillary Clinton”. O New York Times diz que foi uma prestação "desigual" do actor, mas o Los Angeles Times é mais elogioso - foi "doce, foleiro e tocante" no papel de apresentador.