Porto tem a melhor universidade portuguesa num ranking cheio de boas notícias
Universidades de Aveiro e do Minho entram na lista da QS. As restantes cinco representantes melhoram a sua prestação.
Há uma melhoria generalizada dos resultados das universidades portuguesas na edição deste ano do ranking elaborado pela empresa Quacquarelli Symonds (QS), um dos mais prestigiados internacionalmente, que é anunciado nesta quinta-feira. As universidades de Aveiro e do Minho entram pela primeira vez na lista, elevando para sete o número de instituições nacionais incluídas. Todas as restantes sobem na tabela, que continua a ter como melhor representante a Universidade do Porto, no 301.º lugar.
A Universidade do Porto ascende 22 posições face ao ranking QS do ano passado, um resultado que o reitor da instituição, Sebastião Feyo de Azevedo, atribui ao “investimento feito na internacionalização e na ligação com a sociedade”. O número de estudantes estrangeiros – que tem aumentado significativamente naquela universidade nos últimos anos – e o número de citações em revistas científicas dos artigos de professores e investigadores da instituição são dois dos indicadores em que há melhorias. Os outros são a percepção da reputação académica e junto dos empregadores.
Feyo de Azevedo entende que há, porém, margem para melhorar. Por exemplo, na atracção de professores estrangeiros, outro indicador valorizado pela QS, dimensão em que as universidades portuguesas têm dificuldades em competir com as instituições internacionais, devido a um nível salarial mais baixo entre os professores e investigadores. Também por isso, o reitor da Universidade do Porto sublinha o facto de ter havido uma melhoria neste ranking de todas as instituições nacionais: “é uma prova de resiliência, mesmo num quadro de inequívoco subfinanciamento”.
Os resultados das universidades portuguesas contrastam com o que tinha acontecido no ano passado no ranking da QS, na qual a Universidade de Lisboa tinha sido a única instituição nacional a não piorar a prestação.
Universidade de Lisboa sobe 25 posições
Neste ano, a Universidade de Lisboa volta a subir, desta feita 25 posições, e está em 305.º. A Universidade Nova de Lisboa é a terceira melhor nacional, em 361.º, cinco posições melhor do que em 2016.
As restantes instituições aparecem abaixo da 400.ª posição, pelo que são listadas em grandes intervalos. Assim, a Universidade de Coimbra surge entre as posições 401 a 410 (no ano passado estava entre o número 451 e 460) e a Universidade Católica de Lisboa aparece entre os lugares 651 e 700, enquanto no ano passado estava fora das 700 melhores.
É também nesta zona do ranking que aparecem as duas novas representantes portuguesas, as universidades de Aveiro e do Minho. A primeira, surge listada no intervalo 501 a 550, enquanto a instituição sediada em Braga e Guimarães está entre os lugares 651 e 700.
A nível global, o ranking da QS não apresenta grandes novidades e continua a ser liderado pelo Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, pela sexta vez consecutiva. As 2.ª e 3.ª posições continuam também a ser ocupadas pelas mesmas instituições, as universidades de Stanford (EUA) e Harvard (EUA), respectivamente.
As instituições norte-americanas e do Reino Unido dominam os primeiros lugares nesta lista. Nos dez primeiros lugares só há uma instituição que não pertence a nenhum destes dois países, o Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, sediado em Zurique, que ocupa a décima posição. A grande alteração nos primeiros lugares é a subida do Instituto de Tecnologia da Califórnia – Caltech para o 4.º lugar (no ano passado era 5.º colocado). Em sentido contrário, a Universidade de Cambridge desceu uma posição.
O Ranking Mundial de Universidades da QS mede aspectos como a reputação da instituição – na academia e entre os empregadores – e a internacionalização. Este é um dos maiores rankings internacionais de universidades, listando um total de 1000 instituições. Neste ano, a sua publicação foi antecipada em dois meses, passando a inaugurar a temporada de divulgação destas listas, que se prolongará pelos próximos dois meses.