Lionesa investe 100 milhões para duplicar área e capacidade até 2025
No final das obras de ampliação, estima-se que o centro empresarial, que passará a ter uma área de 104 mil metros quadrados, possa acolher mais de 10 mil trabalhadores.
São cerca de 10 mil pessoas que até 2025 estarão a trabalhar no Centro Empresarial Lionesa, em Leça do Balio, depois de terminadas as obras de ampliação da área bruta locável, que duplica dos actuais 43 mil metros quadrados para 104 mil. O projecto de expansão da Lionesa, da autoria do arquitecto António Leitão Barbosa, apresentado nesta quinta-feira nas instalações do complexo na presença do secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, começa a ser posto em prática já este ano e está orçado em 100 milhões de euros, investimento que é financiado por capitais próprios.
Actualmente trabalham no complexo empresarial que abriu portas em 2002 cerca de 4 mil pessoas que se distribuem pelas mais de 110 empresas que lá têm sede. Com uma taxa de ocupação de 98% o passo lógico, de acordo com administrador da Lionesa, Pedro Pinto, seria o da ampliação. “Acreditamos que à medida que vai crescendo o número de empresas que cá estão mais empresas querem vir para cá”, diz. No final da obra, estima-se que o número de trabalhadores aumentará para mais do dobro.
Numa primeira fase da ampliação que arranca ainda em 2017 será construído um sector de desporto e lazer que incluirá oito campos de padel, um court de ténis e dois campos de futebol. Esta nova área incluirá um corredor verde que fará a ligação entre a Lionesa e a marginal de Leça da Palmeira, obra que fica a cargo do município de Matosinhos. Proporcionar o conforto dos funcionários que trabalham nas várias empresas do centro empresarial é uma das prioridades para a administração: “Esta complementaridade empresarial só existe se as pessoas estiverem satisfeitas por trabalhar na Lionesa”, sublinha.
O complexo empresarial vai crescer para sul em direcção ao Mosteiro de Leça do Balio, zona que, segundo o arquitecto responsável pelo projecto, António Leitão Barbosa, terá um conjunto de edifícios menos compactos. Onde termina a parte sul do edifício vai ser construída uma nova praça que será “o ponto de convergência” entre o edifício mais antigo e os que serão construídos. “Como numa cidade romana, terá um fórum numa zona central. No entanto, à imagem do que acontecia nessas cidades não se concentrará tudo no centro”, diz, sublinhando que é fora dessa “praça maior”, nas áreas de trabalho, onde muito mais acontece.
O projecto prevê ainda que o automóvel deixe de ser o “protagonista de primeiro plano” para dar lugar às pessoas, que passarão a ser o “elemento estruturador” do uso do espaço do centro. Os parques de estacionamento deixarão de estar à superfície, sendo parte dos que existem “escondidos” em áreas subterrâneas. Na fase final do projecto, em 2025, será ainda construído um silo-auto “vocacionado para os novos sistemas do uso do automóvel”, que restringirá “quase totalmente” a circulação de carros, fomentando os circuitos pedonais. Está previsto ainda um novo sistema de vai-e-vem suspenso por carril, como método de transporte individual, que fará as ligações entre as duas extremidades, reduzindo a distância, para todos os trabalhadores.
Na nova área serão construídos ainda um hotel, residências empresariais/universitárias, uma área dedicada ao empreendedorismo, novas áreas de restauração, serviços e comércio e uma torre com 25 andares que simbolizará o “desejo de crescimento da Lionesa”.
Em crescimento está, de acordo com o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, a economia portuguesa. Sinal disso, diz, é o investimento privado levado a cabo pela administração deste centro empresarial que funciona nas antigas instalações da fábrica de tecidos de seda que abriu portas em 1944: “Este é um investimento que representa uma nova economia, uma reindustrialização. É uma aposta na indústria que queremos, que é a que valoriza o design, a inovação ou o conhecimento. A viabilidade deste projecto espelha o momento pelo qual está a passar a nossa economia”.