Começar com 11 jogadores e acabar com 158 golos sofridos

Uma vitória e dois empates em 32 jornadas ditaram a despromoção aos distritais.

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Adriano Miranda

A passagem pela I Liga, entre 2005 e 2011, poderá ter determinado o desmoronamento do clube. Depois do regresso ao segundo escalão, por força do último lugar em 2010-11, o inexorável avolumar de dívidas arrastou a Naval para uma despromoção administrativa no fim da época 2012-13, após penalização de 12 pontos decretada pela FIFA, por dívidas a clubes brasileiros. Dívida contestada por Aprígio Santos, o que leva, ainda que em surdina, a alimentar rumores de que a Naval poderia ser recolocada nas Ligas profissionais, tal como aconteceu com o Boavista.

Uma ideia, porém, que parece não iludir os navalistas, cada vez mais distantes do clube. Aliás, na sequência da despromoção, Aprígio Santos assumia uma gestão a distância. E assim manteve a Naval à tona durante três épocas nos escalões secundários. O arranque da temporada que agora chegou ao fim era o prenúncio de algo cada vez mais inevitável. A três dias do início da época não havia, sequer, plantel.

A Naval acabaria por iniciar a competição com 11 atletas. O segundo guarda-redes foi mesmo investido de novas funções, longe da baliza. O futuro da equipa estava traçado: uma vitória e dois empates em 32 jornadas são números esclarecedores. O último classificado da Série E assumia a vocação de bombo da festa. Pouco antes de acabar a via sacra já tinha sofrido mais 100 golos do que na época anterior. Normalmente, seria o treinador a pagar a factura. Mas o cenário de chicotada não se coloca em casos tão específicos.

O técnico da equipa sénior acumulou funções nos juniores, onde a Naval garantiu, no último fim-de-semana, a permanência na I divisão nacional (zona sul). Uma factura que poderia ter sido pesada, pois os juniores foram a muleta da equipa principal, que ainda recorreu a alguns atletas cedidos por uma academia de futebol, uma parceria de recurso a não repetir e que não evitou o descalabro. Certo é que este ano, mesmo que a SAD inscreva a equipa sénior nos distritais, os juniores não estarão disponíveis para disputar dois campeonatos em simultâneo.   

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