Fardas há muitas

Fardamento oficial da PSP inclui mais de 70 peças. Agentes têm 60 euros por mês para gastar.

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Entre barretes, boinas e bivaques, só em chapéus são sete os itens Daniel Rocha (arquivo)

Quando entram ao serviço da PSP, os novos agentes recebem uma farda completa. A partir daí a renovação e a compra de novo fardamento é da sua responsabilidade. Para tal recebem um subsídio mensal de 60 euros. Esta verba dificilmente chega para os agentes comprarem o necessário para exercerem as suas funções. A nova lei revela e especifica mais de 70 peças. Dos sapatos aos chapéus. E chapéus há muitos. Entre barretes, boinas, bivaques e outros são sete os itens. Uma boina, por exemplo, ronda os 11 euros. O chapéu feminino para oficial custa cerca de 55 euros.

Bastante mais caras ficam as botas, nunca abaixo dos 100 euros. Um agente da PSP disse ao PÚBLICO que quem faz patrulhas gasta pelo menos dois pares de botas por ano. A rondar os 100 euros fica também um blusão de Inverno. Os uniformes também são muitos. Há o de gala, cerimónia, representação, serviço operacional, de serviço interno e de instrução. Uma camisa para o serviço operacional não fica por menos de 15 euros, já as calças rondam os 25 euros. Um casaco de uniforme ronda os 70 euros.

Quando a nova lei for aplicada quem vai perder negócios são as empresas que vendem as fardas da PSP — com excepção, claro, da que ganhar o concurso público. “Claro que vai ter algum impacto. Vai mexer com a empresa”, disse ao PÚBLICO Elisabete Anjos, proprietária da empresa Global Fardas.

Esta empresária diz ainda que, em virtude da nova portaria, já não estão a fazer stock de fardamento com os símbolos da PSP “porque passa a ser ilegal”, acrescentando que ainda vendem o que têm em armazém “porque há procura por parte dos agentes e o Governo autoriza a venda”.

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