Líder da oposição Capriles agredido em protesto na Venezuela
Manifestações contra o Presidente Maduro terminaram mais uma vez em violência. Henrique Capriles ficou ferido.
Os manifestantes opositores deo Presidente Nicolás Maduro voltaram a encher segunda-feira as ruas da capital venezuelana de Caracas em mais uma manifestação que acabou em violência. Desta vez, dois líderes da oposição acabaram agredidos e feridos, entre os quais Henrique Capriles, um dos mais conhecidos internacionalmente.
“A marcha dos caídos”, convocada em honra das 59 pessoas que morreram nos protestos violentos dos últimos meses, tinha como destino a sede da Provedoria do Povo em Caracas, mas acabou por ser barrada pelas forças de segurança numa auto-estrada, relata o El País.
“Fomos emboscados”, denunciou em conferência de imprensa Henrique Capriles, duas vezes candidato presidencial, governador do estado de Miranda e uma das principais vozes da oposição a Maduro. “Este Governo é capaz de matar e de incendiar tudo”, disse, citado pela Reuters, acrescentando que outras 16 pessoas ficaram feridas. Anunciou ter apresentado uma queixa sobre o incidente junto dos procuradores venezuelanos.
Antes, o antigo candidato presidencial utilizou o Twitter para relatar a cilada de que alega ter sido alvo: “Fomos emboscados nas Mercedes quando eramos retirados pelos efectivos da Guardia Nacional Bolivariana (GNB), roubados, agredidos, toda a minha equipa está ferida”.
Durante os últimos meses, os opositores do regime bolivarista venezuelano têm bloqueado auto-estradas através do levantamento de barricadas, exigindo a marcação de eleições e o fim da profunda crise económica na Venezuela.
O deputado e médico José Olivares, que tem regularmente divulgado nas redes sociais imagens e vídeos sobre a actuação da polícia nas manifestações, publicou também uma fotografia de Capriles onde é visível um hematoma no lado esquerdo da face do líder da oposição venezuelana. Na legenda, denuncia que o governador de Miranda foi agredido pela GNB.
Durante a mesma manifestação, Carlos Paparoni, deputado da oposição, recebeu também assistência médica depois de ter sido derrubado por um canhão de água e de ter sofrido ferimentos na cabeça em consequência da queda, dá conta a Reuters.
Segundo o El País, os outros 16 membros da equipa de Capriles que ficaram feridos terão sido agredidos por elementos das forças de segurança. Sete deles foram atingidos por balas de borracha, e nove por gás lacrimogéneo ou agredidos por motociclistas apoiantes de Maduro.