Centeno prevê que crescimento no segundo trimestre supere os 3%
Ministro das Finanças diz que os indicadores mais recentes mostram continuação da tendência de aceleração da economia, que cresceu 2,8% no primeiro trimestre.
Depois da forte aceleração da economia durante o primeiro trimestre, o ministro das Finanças está confiante que a tendência é para manter no resto do ano, apostando já numa variação homóloga do PIB superior a 3% no segundo trimestre, e numa taxa de crescimento no total de 2017 claramente acima de 2%.
Numa entrevista publicada esta quarta-feira pela agência Reuters, Mário Centeno afirma que "é muito fácil fazer hoje uma projecção para o crescimento económico em Portugal para 2017 superior a 1,8%", o valor que o Governo apresentou no Orçamento do Estado, lembrando o efeito positivo provocado pelo ritmo forte da actividade económica no final de 2016 e no primeiro trimestre deste ano. Nos primeiros três meses do ano, a economia cresceu 1% face ao trimestre imediatamente anterior, colocando o crescimento face ao período homólogo do ano passado em 2,8%.
Mas para além disso, o ministro diz ter indicações de que a tendência de aceleração é para manter. “Todos os indicadores que temos do segundo trimestre mostram uma aceleração homóloga muito significativa do crescimento. Isso pode significar, por exemplo, e esse número vou arriscá-lo, que o crescimento do segundo trimestre venha a ser superior a 3% em termos homólogos dada a aceleração que estamos a assistir", afirmou Centeno à Reuters. O ministro disse também ser “pacífico” afirmar que o crescimento no total de 2017 poderá ficar claramente acima de 2%.
Devido ao efeito base de 2016, é expectável que a variação homóloga do PIB baixe no terceiro e quarto trimestre do ano, mesmo que se continue a assistir a um ritmo forte de crescimento em cadeia. Na entrevista, Mário Centeno tentou passar a mensagem de que o crescimento a que se assiste agora é sustentável. "Não estamos a falar apenas de um trimestre de crescimento forte, são três trimestres consecutivos de um crescimento bastante forte desde o terceiro trimestre de 2016”, disse.
Dois dias a seguir à decisão da Comissão Europeia de recomendar a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo, o ministro foi questionado sobre a forma como o Governo pretende adaptar a sua política orçamental à folga trazida pelo maior crescimento económico. Mário Centeno respondeu salientando a importância que o Executivo dá à melhoria das condições de financiamento da economia e garantindo que as metas orçamentais serão cumpridas. “A importância que este Governo dá às condições de financiamento da economia portuguesa é um objectivo central da governação porque elas não afectam apenas o Estado”, disse o ministro, defendendo que “a folga a existir tem de ser para criar melhores condições nestas dimensões”. “Não podemos pôr em causa as nossas metas - e acho que quando se fala de folga, ninguém está a sugerir que se ponha em causa as metas - e temos de trabalhar para criar essas condições para o futuro de trazer investimento e criação de emprego para Portugal", afirmou.