Manifestante "chavista" queimado em protesto da oposição na Venezuela
Vítima foi hospitalizada com queimaduras em 80% do corpo. Número de mortos em protestos sobe para 48.
Os protestos na Venezuela continuam a fazer vítimas. No sábado, numa das acções da oposição em Caracas, uma pessoa ficou gravemente ferida. Orlando José Figuera foi esfaqueado com uma arma branca e queimado em 80% do corpo. As queimaduras, em primeiro e segundo graus, terão acontecido depois de o homem de 21 anos se ter identificado como “chavista”, diz o Governo venezuelano.
De acordo com testemunhas citadas pela BBC, um grupo de manifestantes terá identificado o homem como ladrão.
“Uma pessoa foi queimada, agredida e esfaquada… Foi praticamente linchado, só porque gritou que era ‘chavista’”, afirmou o Presidente venezuelano, referindo-se ao movimento do seu antecessor, Hugo Chávez. Um “crime de ódio” e “contra a humanidade” que deve ser condenado, determinou Nicolás Maduro, durante o seu programa semanal televisivo.
O ministro da Comunicação e Informação da Venezuela, Ernesto Villegas, utilizou a sua conta do Twitter, onde mantém uma presença bastante activa, para assinalar o incidente.
Este es el cuadro clínico del joven que incendiaron en Altamira: quemaduras en 80% del cuerpo y múltiples puñaladas. Terrorismo. Fascismo. pic.twitter.com/78D2yqi4Z6
— Ernesto Villegas P. (@VillegasPoljak) May 21, 2017
De acordo com o Ministério do Poder para o Interior, Justiça e Paz venezuelano, o jovem foi atacado com combustível.
4/4 El joven denuncia que estos grupos bajo sustancias estupefacientes le arrojaron gasolina en todo su cuerpo #20Mayo
— MPPRIJP (@MIJPVenezuela) May 21, 2017
Número de mortos sobe para 48
No mesmo dia, um activista da oposição ao Governo venezuelano foi morto, aumentando o número total de mortos para 48. Edy Alejandro Teran Aguilar, de 23 anos, morreu com um tiro no peito. Do confronto resultaram dois outros feridos, um jovem de 18 anos e uma mulher de 50, detalha o Ministério Público venezuelano.
Vários venezuelanos saíram à rua no sábado, para assinalar o 50.º dia de protestos, marcados por um aumento da tensão e da violência, entre gritos que exigem a Maduro o agendamento de eleições.
As manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde o dia 1 de Abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça limitar a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do Parlamento. Na passada terça-feira, foi confirmada a morte de um luso-venezuelano, de 31 anos, durante um protesto.