Todos os planos de Assunção Cristas para o Metro de Lisboa
A líder do CDS-PP convocou os jornalistas para explicar quanto custaria ampliar a rede do metro de acordo com a sua proposta e acrescentou que não é uma megalomania querer fazer uma média de 1,5 estações por ano em 13 anos.
A candidata do CDS-PP a Lisboa defendeu hoje que o seu plano de expansão do Metro não é megalómano, custando um total de 1.876 milhões de euros, 144 milhões anualmente, 80% dos quais de fundos comunitários.
"A comparticipação nacional poderá vir por diversas formas, mas estamos a falar de 28 milhões de euros por ano. Não é uma megalomania, como alguns queriam fazer crer. Tal como não é uma megalomania querer fazer uma média de 1,5 estações por ano em 13 anos, quando no passado o que tivemos foi 1,2 estações por ano", defendeu Assunção Cristas.
O plano, apresentado hoje, começou a ser elaborado pela candidatura e pelo Gabinete de Estudos do CDS-PP há oito meses, coordenado por Miguel Moreira da Silva, e nele participaram especialistas externos ao partido, explicou a candidata a Lisboa, acompanhada pelo mandatário António Carmona Rodrigues, ex-autarca da capital e antigo ministro das Obras Públicas.
O projecto prevê um investimento total de 1.876 milhões de euros, 80% dos quais de fundos comunitários, e os restantes 20% de comparticipação nacional, a um ritmo de 28 milhões de euros anuais no montante nacional e de 115 milhões de euros na componente europeia, revelou em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
O plano prevê ainda a criação de dois mil postos de trabalho por ano e, no final, a redução de 40% da emissão de carbono na cidade de Lisboa, de acordo com informações prestadas por Miguel Moreira da Silva.
"É preciso agora que haja vontade política por parte do Governo, que é quem tem a responsabilidade de fazer o desenvolvimento deste plano, mas também por parte da Câmara Municipal de Lisboa, que é das principais, com as câmaras envolventes, activos e beneficiárias deste plano", desafiou Assunção Cristas.
A candidata afirmou que o plano prevê que a expansão comece de Algés para a linha vermelha, passado por Campolide e Amoreiras, que é o que todos os candidatos à Câmara e o actual autarca, Fernando Medina (PS), defendem.
"O que é importante é que o Governo diga o que entende sobre isto, se acha que é uma boa ideia a expansão para Ocidente, porque, essencialmente, essa é a parte mais inovadora deste plano, o resto já está estudado pelo Metro em vários momentos e até já foi anunciado no passado", sustentou.
Entre 2017 e 2025, prevê-se a construção das estações de Algés, Belém, Ajuda, Santo Amaro, Alcântara-Terra, Campo de Ourique, Amoreiras, Campolide (continuação da linha vermelha, que entronca com a linha azul em São Sebastião), Benfica, Uruguai, Padre Cruz, Senhora da Luz e Fernando Namora (através de uma ligação de Telheiras à linha azul).
O plano prevê, depois, até 2030 acrescentar à linha vermelha as estações de Alvito e Prazeres, e à linha amarela, e já no vizinho concelhos de Loures, as estações de Santo António dos Cavaleiros, Frielas e Loures, e uma extensão da linha vermelha a partir de Moscavide para criar as estações de Portela e de Sacavém, também no concelho de Loures.
Alinhado com os objectivos da Comissão Europeia para a energia e o clima, salientou Assunção Cristas como um ponto de forte do projecto, o plano prevê diminuir em 40% as emissões de Co2 na capital.
"O alinhamento com 2030 pareceu-nos muito ajustado, até porque, na questão do financiamento, 2030 permite-nos abarca não apenas o actual quadro comunitário em vigor, mas também mais dois próximos quadros comunitários", afirmou.
"Esta é uma estratégia que tem visão, que tem rasgo, que tem horizonte, e aparece no momento próprio em que daqui a um tempo o Governo português, responsável internamente por esta matéria e responsável externamente pela negociação com a Comissão Europeia tem a capacidade de influenciar aquilo que podem vir a ser os fundos comunitários para o país", argumentou.
Questionada pelos jornalistas, a candidata afirmou que o plano não prevê o aumento dos bilhetes, parte da sua manutenção mas pode aspirar à sua diminuição, e também não passa por qualquer alteração da estrutura acionista do Metro, que permanece público.