Putin disposto a fornecer registo de conversa entre Trump e Lavrov

Presidente russo nega que o chefe de Estado dos EUA tenha passado informação secreta ao chefe da diplomacia de Moscovo.

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Putin falou esta quarta-feira numa conferência de imprensa durante um encontro com Itália LUSA/YURI KADOBNOV / POOL

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta quarta-feira que o homólogo norte-americano, Donald Trump, não passou qualquer informação secreta ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, durante um encontro em Washington na última semana. E afirma poder fornecer provas nesse sentido, estando disposto a partilhar um registo da conversa mantida na Casa Branca.

Durante uma conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, em Sochi, no Mar Negro, Putin ironizou e disse que Lavrov teria sido até negligente por não transmitir os supostos segredos. Na segunda-feira, o Washington Post noticiou que Trump teria partilhado com o chefe da diplomacia russa informação "altamente secreta" recolhida por um país terceiro, em termos que poderiam expôr a identidade da fonte. 

“Eu falei com ele [Lavrov] hoje”, disse Putin, questionado sobre a notícia. “Serei forçado a repreendê-lo por não ter partilhado esses segredos connosco. Nem comigo, nem com os representantes dos serviços secretos russos. Péssimo da parte dele”, brincou.

O Presidente russo disse ainda que Moscovo está disponível para fornecer ao Congresso norte-americano um registo do encontro entre Trump e Lavrov. Mais tarde, um porta-voz do Kremlin, Yuri Ushakov, disse aos jornalistas que o Governo russo tem na sua posse uma transcrição da conversa e não uma gravação áudio.

Denunciando o que diz ser um clima de “esquizofrenia política” nos Estados Unidos, Putin afirmou que Trump está a ser impedido de desempenhar o seu cargo. “É difícil imaginar o que mais estas pessoas, que geram lixo e conteúdo sem nexo, poderão inventar a seguir”, disse o líder russo.

“O que me surpreende é que estejam a agitar a situação política nacional recorrendo a slogans anti-russos. Ou não compreendem que estão a prejudicar o próprio país, e nesse caso são simplesmente estúpidos, ou compreendem-no, o que faz deles perigosos e corruptos", acrescentou.