Activistas franceses acusam Tchetchénia de perpetrar genocídio gay
Três organizações francesas formalizaram queixa no Tribunal Penal Internacional, para que este investigue "a onda de perseguições" a homossexuais na região russa.
Três organizações francesas de defesa dos direitos das minorias sexuais acusam a província russa da Tchetchénia de perpetrar um genocídio contra os gays. De acordo com o jornal francês Libération, as associações Stop Homophobie, Mousse e Comité Idaho France apresentaram uma queixa ao Tribunal Penal Internacional (TPI), na qual imputam responsabilidades ao presidente da Tchetchénia, Ramzan Kadyrov, acusando-o de criar uma “onda de perseguição” contra homossexuais.
O Presidente russo, Vladimir Putin, já tinha afirmado que iria dar início a uma investigação à perseguição e à repressão de que os homossexuais são alvo na Tchetchénia. Contudo, os grupos activistas franceses rejeitam este inquérito e pedem que a investigação seja conduzida pelo TPI, antes que a Rússia deixe de ser um Estado-membro deste tribunal, o que acontecerá em Novembro.
Na queixa apresentada, os três grupos activistas franceses relatam o caso de um jovem homossexual de 17 anos que foi atirado de uma janela do nono andar. Conforme noticia a BBC, o adolescente, que morreu, foi assassinado por um tio que tentava salvar a honra da família.
O governo tchetcheno nega a existência de homossexuais no país, assegurando que não existem "pessoas de orientação sexual não-tradicional" na província.
Na queixa apresentada, os grupos activistas franceses acusam Kadyrov de criar campos de extermínio para homossexuais. Numa entrevista ao jornal francês Le Monde, o líder do grupo Comité Idaho France afirmou que recorrer ao Tribunal Penal Internacional era a única forma de avançar com as queixas.
Recorde-se que na semana passada cinco activistas gays foram detidos em Moscovo quando tentavam entregar uma petição com cerca de dois milhões de assinaturas ao procurador-geral do país, para que fossem investigadas as perseguições a homossexuais.
Texto editado por Hugo Torres