Caldeira Cabral: Crescimento da economia é equilibrado, mas não chega
Ministro da Economia alerta que, nos próximos anos, o crescimento deve ser feito através da inovação.
O ministro da Economia considera que o crescimento da economia registado no primeiro trimestre de 2017 superou "todas as expectativas" e "é equilibrado", mas não chega, sendo necessário que, no futuro, aconteça por via da inovação.
"O crescimento da economia tem acelerado nos últimos três trimestres. Foi importante dar mais confiança aos consumidores, com reposição de rendimentos, mas é igualmente importante dar mais confiança aos investidores. Tudo isso resultou num crescimento que é equilibrado", afirmou Manuel Caldeira Cabral nesta terça-feira de manhã, em Matosinhos, dirante 14.º Encontro Nacional de Inovação COTEC.
Segundo o ministro, o crescimento "resulta de um aumento das exportações, de um aumento do investimento e também tem uma componente do aumento de consumo".
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou na segunda-feira que a economia portuguesa cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano passado e, comparando com o trimestre anterior, cresceu 1%.
Este desempenho trimestral homólogo é assim o mais positivo dos últimos dez anos, já que iguala o crescimento verificado no último trimestre de 2007, período em que a economia portuguesa cresceu também 2,8%.
Manuel Caldeira Cabral destacou que Portugal regista "um dos maiores aumentos de emprego desde o novo século", que foi "conseguido com melhoria do saldo externo e melhoria do saldo das contas públicas, e não criando novos desequilíbrios".
O ministro defendeu ser necessário "continuar a trabalhar", sendo que "o crescimento dos próximos anos tem que ser feito pela inovação".
"Só com mais inovação podemos garantir que há um crescimento e um crescimento que pode criar melhor emprego, com melhores salários", frisou.
Afirmando que "é importante manter" este crescimento da economia, o governante recordou que o Governo está "também a trabalhar para o médio longo prazo", com programas como Interface, Start-UP Portugal e Industria 4.0.
"Desde a primeira hora que lançámos programas importantes para o crescimento futuro. A inovação faz-se em primeiro lugar com a ciência", disse, concluindo que "a inovação faz-se de forma incremental, mas também por vagas".
Para Caldeira Cabral, "se a vaga do passado distante foi a máquina a vapor [...] hoje esta vaga é a digitalização, e a Industria 4.0 responde a esse desafio".