Maioria dos norte-americanos considera despedimento do director do FBI inapropriado
Cerca de 22% dos norte-americanos consideraram existir outro motivo por detrás da decisão.
A maioria dos norte-americanos (54%) considerou inapropriada a decisão do Presidente dos Estados Unidos de despedir o director da polícia federal (FBI), James Comey, indicou uma sondagem divulgada na quinta-feira pela cadeia televisiva NBC.
A sondagem indicou também que 46% dos inquiridos disseram acreditar que o verdadeiro motivo da demissão foi a investigação, liderada por James Comey, às alegadas relações entre a equipa de campanha eleitoral de Donald Trump e o Governo da Rússia.
A Casa Branca garantiu que a demissão se deveu à gestão do caso dos e-mails da antiga candidata presidencial democrata Hillary Clinton.
Apenas 24% dos norte-americanos apoiaram a versão oficial do Governo, enquanto 22% consideraram existir outro motivo por detrás da decisão, de acordo com a sondagem, realizada pela firma SurveyMonkey.
Entre os eleitores democratas, dois terços (67%) disseram acreditar que a razão verdadeira foi a investigação sobre as ligações da campanha de Trump com a Rússia, enquanto apenas 13% afirmaram confiar na versão oficial.
Menos de metade (43%) dos eleitores republicanos acreditaram no argumento da Casa Branca, ao passo que 22% consideraram que a investigação do FBI à alegada ingerência russa nas eleições presidenciais foi o motivo real.
Entre os republicanos inquiridos, 79% consideraram que o despedimento foi adequado, contra 83% dos democratas que o rejeitaram.
O inquérito da SurveyMonkey, realizado online na quarta e na quinta-feira, contou com uma amostra de 3746 pessoas e tem uma margem de erro de 2,5%.
A decisão do Presidente dos Estados Unidos de demitir o chefe do FBI suscitou uma onda de indignação entre os representantes do Partido Democrata e entre os colunistas de opinião na imprensa norte-americana. O Partido Democrata chegou mesmo a comparar o episódio à tentativa de encobrimento feita pelo Presidente Richard Nixon no caso Watergate.
O despedimento do director do FBI - algo que só tinha acontecido uma vez na história dos Estados Unidos - teve lugar um dia antes de Donald Trump receber na Casa Branca o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.