Macron promete trazer de volta quem votou em Le Pen
"É minha responsabilidade compreender todos. Vou lutar contra as divisões que minam a França”, garantiu o novo Presidente francês.
"É uma grande honra. Nada disto estava escrito, farei tudo para não vos deixar mal”, começou por dizer Emmanuel Macron no seu discurso de vitória deste domingo.
“Seja qual tenha sido a vossa escolha, quero falar a todos: têm sido tantas dificuldades. Esta noite quero saudar a minha adversária. Sei porque alguns escolheram votar nela, pela raiva, ansiedade, pelas dúvidas”, continua o centrista, garantindo que vai lutar para conquistar os eleitores da candidata da Frente Nacional: “É a minha responsabilidade trazer-vos de volta, protegê-los melhor, garantir a segurança do país. Há caras, mulheres, filhos, famílias cujas vidas estão em causa. É por isso que estou a falar para todos. É minha responsabilidade compreender todos. Vou lutar contra as divisões que minam a França”.
“Temos que passar esta mensagem para todos. E de defender França, a sua imagem e sua mensagem. Defenderei a França, é o nosso destino que está em causa. Defenderei a Europa, ela é a nossa civilização e a nossa maneira de sermos livres”, rematou ainda o novo Presidente francês.
No final, uma mensagem para a Europa e sobre a luta contra o terrorismo: “Farei a ligação entre nós e os cidadãos europeus, entre a Europa e os seus cidadãos. Os líderes franceses estarão a olhar para a paz, para a luta contra o aquecimento global. França estará na frente da batalha contra o terrorismo, em casa e fora”.
Depois do Eliseu, uma vitória nas legislativas
Mais tarde, no Louvre, Macron falou pela segunda vez aos apoiantes, numa declaração mais partidária, a quem pediu a mobilização pela conquista de uma maioria nas eleições legislativas de Junho.
"A tarefa à nossa frente é imensa e começa amanhã: moralizar a vida pública, a democracia, reforçar a economia, garantir que todos têm um papel. Refundar a Europa. Todos esperam que a França seja a França outra vez! A tarefa é imensa e implica que a encaremos com verdade. E começa pedindo amanhã uma maioria para a mudança - é isso que espero de vocês daqui a seis semanas", disse, aludindo à data da próxima ida a votos.
"A França ganhou esta noite. O que fizemos nestes meses não tem precedentes. Todos nos disseram que era impossível, mas não conheciam a França! Obrigado pela vossa confiança e pelos riscos que alguns de vocês tomaram. Essa confiança coloca-me uma obrigação: não vos posso deixar mal. Tenho que levar o vosso entusiasmo", disse ainda.
"Uma palavra para todos os que votaram em mim, mesmo sem acreditar nas minhas ideias. Sei que não é um cheque em branco. Mas farei tudo para defender a República. Vou pegar nos desentendimentos e serei fiel a progeter a República. Uma palavra para os que votaram em Le Pen. Eles expressaram os seus receios, que respeito, mas farei por que eles percebam que não há razões para continuarem a votar nos extremos", afirmou no Louvre.
"Vou proteger-vos de todos os tipos de ameaças. Vou respeitar cada homem e mulher, no que acreditarem. Vou reconciliar. E no fim vou servir-vos com humildade, mas com força. Em nome da liberdade, igualdade e fraternidade", terminou.