Primeiro-ministro checo demite-se para afastar ministro das Finanças

Em causa está a suspeita de envolvimento do ministro em fraudes fiscais. Este nega as acusações e recusa afastar-se do Governo.

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O ministro das Finanças checo e o primeiro-ministro da República Checa Reuters/David W Cerny

A seis meses das eleições legislativas, o primeiro-ministro checo, Bohuslav Sobotka, anunciou que apresentará a sua demissão do Governo ao Presidente, Milos Zeman, até ao final da semana. Em causa está um conflito com o seu ministro das Finanças, o milionário Andrej Babis, que Sobotka afirma estar envolvido em fraudes fiscais, diz a Bloomberg.

A decisão do governante checo foi comunicada numa conferência de imprensa, nesta terça-feira, em Praga. Aos jornalistas, Sobotka explicou que sente falta de uma explicação “satisfatória” por parte do ministro das Finanças sobre as acusações de que é alvo.

"Apresentarei de seguida a minha demissão ao Presidente Milos Zeman. É inadmissível que Andrej Babis permaneça no cargo de ministro das Finanças", declarou o também líder do Partido Social Democrata Checo.

O anúncio ocorre depois de o chefe do executivo checo ter acusado o ministro de ter construído o seu império e criado fortuna através de "truques fiscais ou mesmo de evasão fiscal", pedindo explicações sobre os seus negócios. Babis, líder do partido Acção dos Cidadãos Insatisfeitos (ANO), negou todas as acusações, e vincou que não sairia do Governo pelo próprio pé.

No entanto, com a demissão do primeiro-ministro - que considerou não poder “continuar a suportar a responsabilidade numa situação destas” -, todo o executivo cai, resultando dai o afastamento indirecto de Babis. O primeiro-ministro defende que a demissão do Governo é “a única solução razoável que agora existe".

As eleições legislativas estão agendadas para Outubro. Os membros da coligação que une as três forças partidárias do actual Governo deverão decidir se avançam com a formação de um Governo provisírio até lá, ou se antecipam as eleições.

O partido de Babis lidera com confortável vantagem as sondagens para as legislativas, segundo a Reuters. A decisão cabe agora ao Presidente checo, que mantém uma boa relação com o ministro das Finanças.

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