Trump volta a atacar jornalistas no discurso do 100.º dia na Casa Branca

Até agora, o único Presidente a faltar ao jantar de correspondentes da Casa Branca fora Ronald Reagan, em 1981, quando estava a recuperar de uma tentativa de assassinato.

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Reuters/YURI GRIPAS

Donald Trump voltou a eleger a comunicação social como inimigo número um, no discurso com que assinalou a marca dos seus primeiros 100 dias como Presidente dos Estados Unidos. Num discurso no estado da Pensilvânia, e à mesma hora a que decorria o jantar dos correspondentes da Casa Branca em Washington (a que nenhum Presidente norte-americano faltava desde 1981), Trump, cujos níveis de popularidade se crê serem os mais baixos de sempre, reduziu as críticas à sua actuação a "notícias falsas" divulgadas pelos jornalistas. 

"A esta hora, um largo grupo de actores de Hollywood e jornalistas estão a consolar-se uns aos outros. Devem estar muito aborrecidos", comentou, dizendo-se feliz por estar distante de Washington naquele momento. Até agora, Ronald Regan tinha sido o único Presidente norte-americano a faltar a este jantar, e foi porque estava a recuperar de uma tentativa de assassinato. Tradicionalmente, os chefes de Estado norte-americanos não só comparecem no evento como se submetem de bom grado à sátira de humoristas e de figuras da comunicação social.

Garantindo estar a cumprir as suas promessas eleitorais "umas atrás das outras", Trump qualificou os seus primeiros três meses como Presidente como "muito excitantes e produtivos". Alegou ter conseguido criar novos empregos, prometeu novos cortes de impostos para empresas que regressem  ao país e reiterou que o muro na fronteira com o México vai mesmo ser construído. "Manteremos os terroristas islâmicos fora deste país", asseverou ainda. 

Não ao acordo de Paris

Noutra frente, e ao mesmo tempo que afirmou ter conversado com os lídres canadiano e mexicano para renogociar a participação dos EUA no Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), Trump disse também que não vai respeitar o histórico acordo de Paris. Trata-se de um compromisso subscrito em Dezembro de 2015, na conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima, por 197 países que representam mais de 55% das emissões globais com efeito de estufa (GEE), que se comprometeram a adoptar medidas capazes de limitar ou reduzir essas emissões, desacelerando assim o aquecimento global.

Os EUA são responsáveis por 18% das emissões, mas Trump alega que o cumprimento deste pacto, firmado por Barack Obama, reduzirá o PIB dos Estados Unidos em 2,5% na próxima década. 

Horas antes, dezenas de milhares de pessoas tinham-se manifestado em Washington para que o governo norte-americano adopte mais medidas capazes de travar as alterações climáticas em curso. 

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