Trump admite “grande, grande conflito” com Coreia do Norte
Presidente dos EUA quer resolver o problema “diplomaticamente, mas é muito difícil”. E elogia o esforço da China.
O Presidente dos Estados Unidos quer “resolver as coisas diplomaticamente” com a Coreia do Norte, mas admite que “é muito difícil”. E, por isso, numa entrevista à Reuters, Donald Trump avisa que é possível que haja um “grande, grande conflito” com os norte-coreanos.
“Há uma hipótese de acabarmos por ter um grande, grande conflito com a Coreia do Norte. Sem dúvida”, disse Trump, numa entrevista à Reuters, na Sala Oval, a propósito dos 100 dias da sua Presidência, que se completam no sábado.
Os EUA têm pressionado a China para conter os testes nucleares da Coreia do Norte e, nesta entrevista, Trump elogia os esforços do Presidente chinês. “Acredito que ele está esforçar-se muito”, disse o líder norte-americano, referindo-se a Xi Jinping como “um homem muito bom”. “Ele adora a China e o povo chinês e sei que ele gostaria de fazer alguma coisa, mas é possível que não possa”.
Os elogios à China foram ainda visíveis quando Trump foi questionado sobre uma possível nova conversa telefónica com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, depois de um primeiro contacto em Dezembro, que desagradou a Pequim. "O meu problema é que estabeleci uma boa relação com o Presidente Xi. Sinto realmente que ele está a fazer tudo o que pode para nos ajudar numa situação importante. Por isso, não lhe quero causar dificuldades”, disse Trump, enquanto bebia uma “cola” que lhe foi entregue depois de ter carregado num botão na secretária.
Reconhecendo que a Coreia do Norte é o seu maior desafio global, Trump disse esperar que Kim Jong-un seja “racional”, embora note que o líder norte-coreano “tem 27 anos”. "O pai morreu, ele assumiu o poder. Por isso, digam o que quiserem, mas não é fácil, especialmente com a idade dele."
As palavras de Trump surgem numa semana em que o secretário de Estado, Rex Tillerson, o secretário da Defesa, Jim Mattis, e o director dos serviços de informação, Daniel Coats, divulgaram um comunicado conjunto em que consideram que o programa nuclear norte-coreano, e o seu desenvolvimento, é “uma ameaça urgente à segurança nacional e uma prioridade da política externa”. Além disso, os EUA assumiram a vontade de endurecer as sanções económicas a Pyongyang e aplicar “medidas diplomáticas” juntamente com aliados.