Número de filhos nascidos de pais que não vivem juntos duplica em seis anos
População portuguesa diminui. Proporção de nascimentos “fora do casamento sem coabitação dos pais” passou de 9,2% em 2010 para 17,1% em 2016. Houve 422 celebrações de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mais 72 do que no ano anterior
Portugal continua com um saldo natural negativo. Ou seja, confirmando as tendências dos últimos anos, em 2016 houve mais gente a morrer do que a nascer, fazendo com que a população diminua pelo oitavo ano consecutivo. Do total de 87.126 crianças nascidas, 52,8% são filhos “fora do casamento”, ou seja, de pais que não estão casados. Aumentou a proporção de filhos nascidos de pais que não vivem juntos: quase duplicou em seis anos, passando de 9,2% em 2010 para 17,1% em 2016. No ano passado, 35,7% dos nascidos eram filhos de casais que coabitam.
Estas são as Estatísticas Vitais do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgadas nesta quinta-feira, que mostram que no ano passado nasceram mais 1,9% de crianças em Portugal do que no ano anterior, só que o número de mortes também aumentou em 1,8% (representando mais de 110 mil). A maioria foi do sexo masculino (quase mais 2500 rapazes).
Já em relação à idade das mães, a grande fatia vai para as mulheres que têm entre 20 e 34 anos (que representa 66%), enquanto o grupo das que têm menos de 20 anos continua a decrescer desde 2010 (passou de representar 4,1% dos nascimentos para 2,5%). Inversamente, as mulheres que são mães com mais de 35 anos continuam a crescer: foi quase 10% entre 2010 e 2016, passando de 21,8% para 31,5% no último ano.
Mais mortes de homens
Nos óbitos, registaram-se mais homens (55 601) do que mulheres (54 934) e a esmagadora maioria (85%) tinha mais de 65 anos. Houve ainda 278 mortes de crianças com menos de um ano, mais 28 do que no ano passado, o que significa uma taxa de mortalidade infantil de 3,2 óbitos por mil nados vivos (era 2,9 em 2015), segundo contas do INE.
Setembro continua a ser o mês em que mais crianças nasceram entre 2010 e 2016 (excepto em 2011, ano em que o mês com maior número de nascimentos foi Julho). Fevereiro mantém-se como o mês com menos nascimentos (uma regra que 2011 voltou a ser quebrada já que nesse ano Abril teve o menor número de nascimentos).
Por outro lado, se nasceram mais crianças em Setembro, já as mortes aconteceram sobretudo em Dezembro (em 2015 Janeiro tinha sido o mês com mais registos de óbitos). Apesar de a mortalidade apresentar um padrão geral sazonal – mais no Inverno, e menos na Primavera e no Verão – em 2016 houve mais óbitos em Julho e Agosto, se comparado com o período homólogo de 2015.
Já em relação aos casamentos, houve 422 celebrações entre pessoas do mesmo sexo, mais 72 do que no ano anterior. A maioria desses, 249, foi entre homens, e 173 entre mulheres. A preferência continua a ser pelo civil: dos 32.399 registados, 64,2% celebraram-se dessa forma, e 35,3% pela Igreja Católica, sendo muito baixo o número de casamentos por outras formas religiosas (0,5%).
Daqueles que se casam, a maioria já co-habitava antes de dar o nó, situação que tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos, passando de 44,2% em 2010 para 56,1% em 2016. O INE não registou variação significativa de 2015 para 2016 no número de casamentos, que passaram de 32.393 para 32.399.