Dono de rottweiler que atacou criança é ouvido esta tarde no tribunal

Indivíduo está indiciado por ofensas à integridade física e omissão de auxílio. Criança de quatro anos foi operada e a sua situação clínica é estável.

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Cão de raça perigosa na varanda de uma casa Paulo Pimenta

Foi adiada para a tarde desta quarta-feira a audição em tribunal do proprietário do cão de raça rottweiler que atacou na terça-feira uma criança de quatro anos, em Leça de Balio, concelho de Matosinhos, e que abandonou o local após o ataque.

O indivíduo de 24 anos deverá ser ouvido pelo procurador do Ministério Público, podendo ficar sujeito a medidas de coação. A PSP informou na terça-feira que o dono do animal está indiciado por três crimes: ofensas à integridade física (por agressões ao pai da criança), ofensas à integridade física por negligência (por não ter o animal devidamente açaimado e com trela) e omissão de auxílio.

O homem abandonou o local após o ataque, que ocorreu nas imediações da igreja de Padrão da Légua, em Leça do Balio, Matosinhos, por volta das 9h30 da manhã. A criança, uma menina de quatro anos, estava com o pai no exterior da capela mortuária - onde a família fora assistir a um velório - quando Márcio passou com o seu rottweiller sem açaime nem trela, ao contrário do que determina a lei aplicável a animais potencialmente perigosos. Após a primeira investida do cão contra a menina, o pai desta terá fotografado o proprietário do animal, o que levou o dono do animal a tentar tirar-lhe o telemóvel. Foi quando o cão voltou a atacar a criança, provocando-lhe ferimentos no couro cabeludo que obrigariam a uma intervenção cirúrgica, no Hospital de S. João, no Porto. De seguida, o dono do animal abandonou o local e, segundo a PSP, dirigiu-se a casa onde mudou de roupa. Viria a ser interceptado pela PSP de Matosinhos poucas horas depois. 

Além dos ferimentos na cabeça, a criança ficou magoada num braço e numa mão. E a sua mãe, que entretanto chegou e tentou socorrer a criança, ficou igualmente ferida num braço mas teve alta hospitalar para poder acompanhar a filha. "A minha mulher teve alta hospitalar só para estar junto da menina, mas tem um dreno no braço e poderá ter de ser operada, depende da evolução", afirmou Paulo Fernandes, pai da criança, citado pela agência Lusa. O homem deslocou-se também hoje ao Tribunal de Matosinhos, para ser ouvido pelo procurador do Ministério Público.

Quanto à criança, internada no Hospital de São João, no Porto, o pai explicou que está consciente, estável e que não corre perigo de vida, mas perdeu "muito couro cabeludo", prevendo-se uma recuperação lenta. "Ela sempre esteve consciente, lembra-se de tudo, sabe tudo o que aconteceu", referiu.     

O terceiro ferido é um vizinho e amigo da família que, ao tentar intervir, acabou com ferimentos numa perna e num braço. 

O cão, por sua vez, vai ficar “de quarentena pelo menos durante 15 dias”, adiantou à Lusa fonte oficial da câmara.

Após esse período de quarentena, caberá ao tribunal decidir se o animal será ou não eutanasiado, disse a mesma fonte, sublinhando que o cão está no Centro de Recolha Oficial de Matosinhos a ser avaliado pelo veterinário municipal.

Na terça-feira também, em Arouca, um cão arraçado de Serra da Estrela atacou uma criança de nove anos, que foi assistida no Hospital de S. João, no Porto, onde deu entrada por volta das 18h30 e se encontra ainda, em estado estável. O cão pertenceria à família da vítima, residente na freguesia de Moldes, naquele concelho. Além de lhe ter arrancado uma orelha, provocou-lhe ferimentos num ombro e no braço.

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