Movimento Doentes pela Vacinação arranca com apelo à vacina contra a pneumonia

Movimento lançado no embalo da Semana Europeia da Vacinação, que decorre sob o lema "Vaccines work", traduzível por “As vacinas funcionam”.

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adelaide carneiro

Esta é a primeira mensagem que o Movimento Doentes pela Vacinação quer passar a quem mora em Portugal: a pneumonia mata e tais mortes podem ser evitadas, desde logo porque há uma vacina antipneumocócica.

Arrancou na segunda-feira a Semana Europeia da Vacinação, que desta vez decorre, até quarta-feira, sob o lema "Vaccines work" (traduzível por “As vacinas funcionam”). Aproveitando o embalo, a Associação Respira aliou-se à Fundação Portuguesa do Pulmão e ao GRESP — Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar para lançar, nesta quarta-feira, o Movimento Doentes pela Vacinação. 

A ideia do movimento, que nasce com a expectativa de vir a integrar outras associações de doentes e sociedades científicas, é “divulgar recomendações, estatutos e direitos”, mas também “sensibilizar a população” em geral e os profissionais de saúde em particular para a vacinação na vida adula.

“A maior parte dos portugueses conhece a pneumonia, mas não a associa à morte”, diz Isabel Saraiva, vice-presidente da Respira e presidente da Fundação Europeia do Pulmão. E a pneumonia, que tem estado a crescer, é a principal causa de mortalidade respiratória. Mata uma média de 23 pessoas por dia nos hospitais públicos, segundo a Direcção-Geral de Saúde.

A doença pode apanhar pessoas de todos os géneros, idades, classes sociais. O risco aumenta entre crianças e idosos ou entre pessoas em idade activa com o sistema fragilizado, caso das que fumam, que foram infectadas pelo VIH, que padecem de diabetes ou de doença cardíaca, doença pulmonar (em particular doença pulmonar obstrutiva crónica), asma, doença hepática.

O Programa Nacional de Vacinação prevê a imunização antipneumocócica gratuita de recém-nascidos e de alguns adultos. Entendendo que a prevenção passa pela cessação tabágica e pelo controlo das doenças crónicas, mas também pela vacinação, a Direcção-Geral da Saúde recomenda a vacina a adultos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica.

“As pessoas estão pouco informadas”, entende Isabel Saraiva. “Mesmo entre quem pertence aos grupos de alto risco, logo, com acesso gratuito à vacina, as taxas de vacinação são extremamente baixas – seja por falta de informação sobre os seus direitos, seja porque não houve prescrição por parte da equipa médica."

A associação cita um estudo desenvolvido entre Novembro de 2015 e Fevereiro de 2016, pela Ipsos MORI em conjunto com a Pfizer, segundo o qual em Portugal nove em cada dez adultos com mais de 50 anos não estão vacinados contra a pneumonia. De acordo com o mesmo estudo, a falta de indicação médica é a principal razão para que estes adultos ainda não estejam imunizados. 

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