A porta-voz em Madrid do Partido Popular (direita, no Governo), Esperanza Aguirre, demitiu-se, na sequência da prisão de um seu próximo acusado de desvio de fundos.

"Tenho por norma não iludir as minhas responsabilidades. Por isso demito-me", disse a líder popular.

Na semana passada, o seu mais próximo colaborador, Ignacio González, foi detido por suspeita de desvio de fundos na empresa pública do Canal de Isabel II, que faz a gestão da água da Comunidade de Madrid. "Sinto-me enganada e atraiçoada por Ignacio González. Não fiz a vigilância necessária", disse Aguirre numa conferência de imprensa citada pelo jornal El País.

A líder do PP Madrid, Cristina Cifuentes, estava a ser presisonada por todos os partidos para afastar Aguirre.

Esperanza Aguirre foi presidente da Comunidade de Madrid entre 2003 e 2012 e González foi o seu braço direito. Deixou o cargo por "razões pessoais" e González tomou o seu lugar até 2015. Em Fevereiro de 2016, deixou a direcção do PP devido à sua implicação em casos de corrupção em Madrid.

O ex-presidente da Comunidade de Madrid foi preso (juntamento com mais 11 pessoas) a 11 de Abril por integrar uma rede de corrupção. Na altura, Aguirre disse que as irregularidades do seu ex-número dois eram "lamentáveis", mas não se demitiu. A pressão, porém, levou-a a fazê-lo agora.