O Livre considerou esta noite que a ausência de um candidato da esquerda na segunda volta das eleições presidenciais francesas é uma “derrota”, e anunciou o seu apoio a Emmanuel Macron apesar de divergir do seu discurso liberal “demasiado amigo do mercado e pouco crítico da austeridade”. Emmanuel Macron e Marine Le Pen são os dois candidatos que se irão defrontar na derradeira eleição, a 7 de maio.

Macron, escreve o Livre em comunicado, tem um “discurso liberal e nem sempre muito claro em relação às suas propostas para o país”, mas apresenta propostas para a Europa “marcadas pela convicção de que é essencial reformar o projecto europeu para garantir a sua sobrevivência”. Um europeísmo que agrada ao partido português. “Como parceiros na União Europeia, é essencial ter na França um país solidário e um companheiro empenhado na luta pela reforma e melhoria do projecto europeu”, acrescenta.

O Livre afirma que a passagem de Marine Le Pen à segunda volta é um motivo de “preocupação” e que o projecto político da candidata da Frente Nacional “está nos antípodas” daquilo que defende, pelo que terá sempre a sua oposição.

“Lamentamos profundamente que alguns candidatos se tenham recusado a apelar ao voto em Macron mesmo sabendo que do outro lado está a extrema-direita xenófoba e nacionalista”, escreve o Livre, numa referência ao facto de o candidato Jean-Luc Mélenchon ter afirmado que vai consultar os militantes para decidir se apoia na segunda volta o centrista Emmanuel Macron ou a extrema-direita Marine Le Pen. O conservador François Fillon, que terá ficado em terceiro lugar, já apelou ao voto em Macron, assim como o socialista Benoît Hamon.