O Parlamento britânico aprovou – por 522 votos a favor e 13 contra – a realização de eleições legislativas antecipadas no próximo dia 8 de Junho, quase três anos antes da data prevista. Antes da votação, a primeira-ministra Theresa May insistiu que o Reino Unido precisa de uma “liderança forte” para concluir as negociações de saída da União Europeia.

“Quero que o país tenha a mais forte posição negocial possível e seja capaz de negociar o melhor acordo possível”, respondeu May aos que na oposição a acusam de ter mudado de opinião de forma oportunista, numa altura em que as sondagens atribuem aos conservadores uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre o Labour.

Antecipar eleições “é do nosso interesse a longo prazo”, acrescentou a líder conservadora, explicando que se a actual legislatura (que deveria terminar em Maio de 2020) não fosse interrompida, a fase final das negociações com a UE iriam coincidir com os preparativos para as eleições no país, aumentando a pressão sobre Londres.

“Como pode o país confiar naquilo que a primeira-ministra diz?”, perguntou o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, dizendo que – ao contrário do que fazem antever os estudos de opinião – o seu partido acolhe com agrado a perspectiva de eleições e apresentar-se-á aos eleitores como “alternativa credível” quer à política de austeridade dos tories, quer aos planos de May para um “hard Brexit”.

A líder conservadora confirmou, por outro lado, que não vai participar nos debates com os líderes dos outros partidos políticos, o que levou a oposição a acusá-la de “fugir ao confronto” com os adversários.