Aeronave despenha-se em zona habitacional em Tires, cinco mortos confirmados
Dos quatro ocupantes, três eram franceses e um era suíço. Marcelo Rebelo de Sousa esteve no local.
Uma aeronave despenhou-se esta segunda-feira, pelas 12h05, numa zona habitacional em Tires, no município de Cascais, confirmou ao PÚBLICO fonte dos Bombeiros de Carcavelos. A aeronave caiu perto do supermercado Lidl.
Fonte da Protecção Civil informou que a aeronave ligeira transportava quatro pessoas, um piloto e três passageiros. O acidente provocou a morte de todos os ocupantes e uma quinta vítima mortal, o motorista do veículo pesado de mercadorias, atingido pela queda da aeronave.
Tragédia há momentos na zona de Tires, S. Domingos de Rana, queda de avião após descolagem. Oxalá não haja vítimas a lamentar pic.twitter.com/r0ZGxmZo08
— Nuno Inverno (@NunoInverno) April 17, 2017
“A aeronave embateu numa galera [atrelado do camião], provocando um incêndio que chegou a uma residência”, detalhou o Comandante da Protecção Civil do Comando Distrital das Operações de Lisboa, André Fernandes.
Dos quatro ocupantes, três eram eram de nacionalidade francesa e um dos mortos era de nacionalidade suíça, explica a mesma fonte. Fonte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) adiantou ao PÚBLICO que a aeronave tinha matrícula suíça. O voo tinha destino a Marselha, informou o Aeródromo Municipal de Cascais. "O voo de um operador privado Symbios Orthopedic, envolvendo uma aeronave PA-31 com destino a Marselha sofreu um acidente fora do espaço aeroportuário", lê-se no comunicado.
Às vítimas mortais somam-se três feridos ligeiros, acrescenta o Comandante da Protecção Civil do Comando Distrital das Operações de Lisboa. Os feridos ligeiros estão a receber cuidados médicos apenas "por precaução".
O incêndio provocado pela queda da aeronave está dominado, garante a mesma fonte. O aeródromo municipal encontra-se fechado ao tráfego aéreo.
Almerinda Ferreira, 67 anos, estava dentro do supermercado quando se deu o acidente. “Ouvi um grande estrondo. As pessoas tiveram muito medo e começaram todas a fugir. As que tinham um carro pegaram no carro, as outras largaram as compras e correram”, conta. “Os funcionários diziam tenham calma, mas ninguém tinha”, continua Almerinda que saiu pela porta principal do supermercado. “Foi um pandemónio”, resume.
Luís Ramos que tem a sua casa na Avenida Amália Rodrigues, a menos de 100 metros do local onde caiu a avioneta diz que estava a fechar o portão quando viu a avioneta voar sem rumo e "cair a pique". Depois viu o fumo a sair.
No local estiveram equipas dos bombeiros e INEM, num total de 86 operacionais apoiados por 31 viaturas, detalhou a Protecção Civil. Pelas 14h30 chegaram ao local elementos da Polícia Judiciária para procederem à investigação do acidente. Um procedimento regular neste tipo de acidentes, no que habitualmente se chama de investigação cautelar, em que a PJ investiga a existência de eventuais indícios de crime.
A coloborar com os trabalhos estão também dois investigadores da unidade de aviação civil do GPIAAF, que se deslocaram imediatamente para o local após o acidente. De acordo com o GPIAAF, às 17h30, a equipa de investigação estava ainda no local a recolher evidências em articulação com as autoridades de protecção civil. A mesma entidade publicará, no espaço de 30 dias, um relatório preliminar com os factos que entretanto sejam determinados.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se ao local do acidente, para se inteirar da situação, mas não prestou declarações.