Oficialmente, a campanha para as eleições autárquicas ainda não começou, mas a JSD-Porto já está no terreno a promover acções que visam “desmistificar a ideia generalizada que Rui Moreira tem sido um bom presidente de câmara”.

E como o objectivo é mostrar que “muitas das promessas eleitorais feitas há quatro anos pelo actual presidente estão ainda por cumprir”, a JSD escolheu o dia 1 de Abril, também conhecido como dia dos enganos, para assinalar a inauguração do “novo Mercado do Bolhão", numa acção de rua filmada e publicada no Facebook da concelhia da JSD. Os jovens sociais-democratas quiseram glosaram o tema e usaram para o efeito uma imagem do autarca recortada em K-line, um material extremamente leve, a quem a quem fizeram perguntas.

”Como que se sente a inaugurar uma das principais bandeiras eleitorais do movimento o Porto é o Nosso Partido como presidente da Câmara do Porto?” “Sinto-me extremamente realizado e feliz com a inauguração do novo Bolhão. O projecto foi prometido ao longo dos anos aos vendedores do mercado, mas nunca foi cumprido. Hoje [dia 1 de Abril] é um dia especial”, responde. E a “reportagem” prossegue com o autarca a dizer que é “independente e um político que cumpre o que promete”. “Ao contrário da maioria dos políticos em Portugal, como se pode verificar nas inaugurações do dia de hoje: reabilitação do mercado do Bolhão e do pólo logístico de apoio às pequenas e médias empresas do Porto antigo, no antigo Matadouro de Campanhã”.

Fernando Monteiro, presidente da Juventude Social-Democrata Porto, explica que “o objectivo destas acções é mostrar que a cidade mudou pouco com a gestão de Rui Moreira e declara que basta andar na rua para se perceber isso”. “As casas estão vazias, os portuenses estão a sair da cidade para a periferia porque as casas estão muito caras na Baixa, o trânsito está péssimo, o trabalho da câmara em prol da juventude não existe, apenas o turismo está bem”, aponta.

“É preciso esclarecer os eleitores e desmontar todos os embustes que Rui Moreira tem criado à sua volta, o maior dos quais é o da redução do endividamento bancário da câmara”, afirma Fernando Monteiro, numa alusão ao recente comunicado que a autarquia tornou público esta semana e no qual afirma que o município “baixou mais o endividamento neste mandato do que nos três mandatos anteriores”.

“A redução do endividamento é uma opção política e prova que a Câmara do Porto não tem feito investimento na cidade, isso é claro”, acrescenta o dirigente da Jota.

Com alguma ironia, diz que o “programa que Rui Moreira vai apresentar à cidade será praticamente igual ao de há quatro anos, porque muito pouca coisa foi feita”.

Até ao fim da campanha das autárquicas, a JSD vai realizar um conjunto diversificado de acções de rua alusivas ao trânsito que “pretendem mostrar que a câmara tem descurado uma solução para minimizar os problemas do trânsito na cidade”. Mas não só.

A JSD vai pegar no caso da empresa imobiliária Selminho, que é propriedade da família de Rui Moreira, e vai questionar o facto de o autarca ter passado uma procuração sobre o processo que envolve a imobiliária da sua família quando já era presidente de câmara.

 “Rui Moreira,que há três anos se assumiu como uma lufada de ar fresco na nossa democracia pelo distanciamento e desinteresse que tinha da política, tem de explicar aos portuenses a razão que o levou a negociar como presidente de câmara um acordo no qual ele próprio tem interesses”, afirmou o dirigente da JSD-Porto. “Será feito um vídeo que vai registar o diálogo entre dois Ruis Moreiras de K-line: o presidente de câmara e o sócio da Selminho”, adiantou.