São maioritariamente de mulheres que têm a solidão e a depressão como pano de fundo, tentadas muitas vezes pela ideação suicida, as vozes que recorrem à linha de apoio SOS Voz Amiga. Em 2016, este serviço recebeu 3701 pedidos de ajuda, mais 1% do que em 2015 (3433 chamadas). “Do outro lado estão pessoas que sofrem com a solidão, que conduz depois à depressão e à angústia, muitas vezes causada também por luto ou problemas económicos ou familiares”, descrevem os responsáveis da linha que, a partir desta sexta-feira, conta com um novo número a somar aos já existentes: o 800 209 899, totalmente gratuito, vai funcionar entre as 21h00 e as 24h00, todos os dias durante um ano.

A solidão esteve na origem de 30% das chamadas no ano passado e a depressão motivou cerca de 15%, enquanto o suicídio ou a ideação suicida foi o motivo de conversa de 8% dos telefonemas. No SOS Voz Amiga não se faz encaminhamento das pessoas para os serviços de saúde. “Quando muito, é o doente que, depois de esvaziado o balão da depressão, conclui que precisa de recorrer aos serviços”, especificam os responsáveis, precisando que 70% das chamadas são feitas por mulheres.

A funcionar há 38 anos e, actualmente, com cerca de 20 voluntários, que recebem formação ministrada por psicólogos e psiquiatras, a linha SOS Voz Amiga funciona normalmente entre as 16h00 e as 24h00, pelos números 213 544 545 ou 912 802669, que continuarão a estar disponíveis, somando-se ao novo número verde. É a linha com um mais largo período de funcionamento diário, que poderia ser alargado “se houvesse mais voluntários ou apoios que fossem além das contribuições dos sócios”. Mas não é a única. O Conversa Amiga funciona das 15h00 às 22h00, pelos números 808 237 327 ou 210 027 159; o SOS Estudante, das 20h00 à 1h00, pelo 239 484 020, o Voades — Vozes Amigas de Esperança, é acedível das 20h00 às 23h00, pelo 22 208 07 07, e, finalmente, o Voz de Apoio está disponível entre as 21h00 e as 24h00, pelo 22 506 070.