ACT investiga explosão em fábrica de pirotecnia

Nos últimos três anos, a ACT registou mais de 400 acidentes de trabalho com vítimas mortais. No local estão 75 operacionais à procura de três pessoas desaparecidas.

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NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) informou nesta quarta-feira que já está a decorrer um inquérito à explosão na fábrica de pirotecnia em Avões, concelho de Lamego, distrito de Viseu, que causou cinco mortos e três desaparecidos.

Cinco pessoas morreram na terça-feira na sequência de várias explosões numa fábrica de pirotecnia e três outras encontram-se desaparecidas. Ainda segundo a ACT, só nos primeiros três meses do ano registaram-se em Portugal 30 acidentes de trabalho graves e 20 mortais, a maioria no mês de Janeiro. No local estão 75 operacionais  a tentar encontrar as três pessoas desaparecidas na sequência das explosões.

"Os 75 operacionais que se encontram no terreno estão a fazer pesquisas numa área bastante grande. A explosão foi de uma dimensão fora do normal e obriga a que tenha de ser batida uma área bastante grande para tentarmos ver se encontramos as três pessoas desaparecidas", referiu o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

No ano passado a ACT registou 140 acidentes de trabalho mortais e 264 classificados como graves.

O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, informou que “por razões de segurança dos operacionais, não se podia proceder nem à identificação dos corpos, nem a qualquer movimento no local do acidente”.

O governante remeteu para as 10h30 e para as 12h00 desta quarta-feira mais informação sobre o sucedido. Entretanto, os bombeiros retomaram depois das 7h30 da manhã os trabalhos de pesquisa, procura e levantamento para perceber as causas do acidente.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, solidarizou-se com as famílias das vítimas e estará no local, pelas 13h. A Polícia Judiciária foi chamada a investigar as várias explosões.

No ano passado, foi no distrito de Lisboa que se registou o maior número de acidentes de trabalho com vítimas mortais (21), seguido do Porto (20 casos), Leiria (15), Santarém (13), Braga e Aveiro (12 cada) e Setúbal (11). A maior parte das empresas onde se registaram acidentes de trabalho com vítimas mortais no ano passado eram pequenas, com até nove trabalhadores (57 casos), e a maior parte dos trabalhadores tinham contrato sem termo (62 casos).

Por sector de actividade, a maioria dos acidentes de trabalho com vítimas mortais ocorridos em 2016 foi na construção (43), seguido pelas indústrias transformadoras (28).

A ACT define como acidente de trabalho aquele que ocorre no local e no tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou a morte. São também considerados acidentes de trabalho os acidentes de viagem, de transporte ou de circulação, nos quais os trabalhadores ficam lesionados e que ocorrem por causa ou no decurso do trabalho, ou seja, quando exercem uma actividade ou realizam tarefas para o empregador.

Nos últimos três anos, a ACT registou mais de 400 acidentes de trabalho com vítimas mortais.