Opositores a Maduro atacados com pedras e armas em Caracas

Entre os feridos está o Presidente da Assembleia Nacional, Júlio Borges, e o deputado da oposição Richard Blanco.

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Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS

Manifestantes da oposição a Nicolás Maduro foram atacados em Caracas por um colectivo de motociclistas com armas, causando vários feridos. Entre as vítimas está o presidente da Assembleia Nacional Júlio Borges, e o deputado da oposição Richard Blanco. Também o dirigente do Movimento Progressista de Venezuela, Alberto Soto, e o secretário eleitoral da oposição, Enrique Martínez, que foram apedrejados na cabeça.

Segundo o deputado Rafael Guzmán, os manifestantes encontravam-se na auto-estrada Francisco Fajardo (a Leste), quando chegou o grupo armado - o colectivo, como são conhecidas as organizações de apoio ao regime -, que se lamnçaram, "armados e violentos, e dispararam contra uma manifestação pacífica".

O presidente da Câmara Municipal de Chacao (Leste), Ramón Muchacho, explicou aos jornalistas que os feridos foram transportados para um centro de saúde local, oito deles apresentando politraumatismos e um ferimentos por bala.

Os jornalistas Abraham Tovar, do diário El Nacional, Román Camacho, do portal HispanoPost, e Mildred Manrique, do 800 notícias, foram feridos com pedradas na cabeça, quando a polícia venezuelana impediu milhares de manifestantes de marcharem até ao Parlamento.

As pedras foram atiradas por beneficiários do programa governamental Grande Missão Habitação Venezuela, a partir de edifícios estatais, na Avenida Libertador de Caracas.

Os opositores pretendiam marchar até à Assembleia Nacional, para apoiar a decisão dos parlamentares, onde a oposição detém a maioria, de iniciar um procedimento para suspender os magistrados do Supremo Tribunal de Justiça que na semana passada emitiram duas sentenças limitando e assumindo as funções do parlamento.

Na última segunda-feira, os parlamentares opositores Juan Requesens e José Brito foram violentamente atacados por um grupo de alegados simpatizantes do regime, quando se dirigiam à sede da Defensoria do Povo (espécie de procuradoria popular) para reclamar que aquele organismo seja mais activo na defesa dos cidadãos.

A 30 de Março , a jornalista Ana Gabriela Vargas, do canal Capitólio TV (do Parlamento), foi ferida na cabeça enquanto cobria uma actividade de deputados, junto do STJ.

Por outro lado, um dia depois, oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e "colectivos" atacaram um grupo de estudantes e jornalistas, junto do TSJ.

Um correspondente da agência noticiosa AP, um operador de câmara da Vivo Play, a jornalista Eliángelica González, da Caracol Rádio (Colômbia), foram espancados por oficiais da GNB, que atiraram ainda contra o chão os telemóveis dos jornalistas.

Os polícias ameaçaram ainda deter os jornalistas agredidos.