Centro de Saúde da Fernão de Magalhães, em Coimbra, vai ter obras
Ordem dos Médicos fala em condições “vergonhosas” na unidade de Coimbra e diz que não há condições de segurança nem de higiene.
O Centro de Saúde da Avenida Fernão de Magalhães, em Coimbra, vai ser alvo de uma intervenção para melhorar as condições. A unidade de saúde que está instalada em quatro pisos de um edifício numa das principais artérias de entrada da cidade vai ter obras de remodelação num valor de 120 mil euros, adiantou a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).
A entidade não esclarece quando, mas refere que “vão arrancar, a curto prazo, obras de reabilitação que possibilitarão criar condições para o funcionamento da nova Unidade de Saúde Familiar Coimbra Centro” e para “melhorar as condições de atendimento dos utentes e minimizar as dificuldades por que passam os profissionais”.
A intervenção no centro de saúde inclui substituição de pavimentos, pinturas, remodelação de águas e esgotos, o redimensionamento das áreas e a substituição do equipamento de climatização.
Reconhecendo que “as condições físicas do Centro de Saúde Fernão de Magalhães são deficitárias”, a nota da ARSC refere ainda que “encetou o processo de construção de uma nova unidade de saúde, investimento estimado em três milhões de euros”, mas uma data para a abertura de um novo edifício também não foi referida.
A informação foi dada ao PÚBLICO pela ARSC, na sequência de uma visita do presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, às instalações da unidade de saúde na manhã desta quarta-feira.
O responsável fala numa situação “vergonhosa” e diz que “não há condições de segurança nem de higiene para isto continuar a ser um centro de saúde”. A Ordem dos Médicos vai enviar um relatório ao Ministério de Saúde sobre aquela unidade e pedir à autoridade de saúde para a ir fiscalizar.
Esta é a segunda visita do responsável ao espaço em de dois anos. Desde 2015 “não foi feito absolutamente nada” e as condições têm vindo a degradar-se. “Carlos Cortes defende que “ou deve haver obras ou, que seria o ideal, [deve] haver um centro de saúde novo para profissionais e doentes”.
O presidente da secção regional retrata as condições: não tem ar condicionado, não tem isolamento sonoro, não há saídas de emergência e o elevador tem períodos em que não funciona. Há ainda problemas no sistema eléctrico e as instalações sanitárias para pessoas com incapacidades físicas têm um degrau para subir à sanita. “Os próprios profissionais tiveram que andar a pintar paredes e tectos num fim-de-semana” e também “juntaram dinheiro para comprar um ar condicionado”.
Carlos Cortes entende que nem os 28 mil utentes inscritos podem continuar a ser atendidos, nem os 17 médicos e 21 enfermeiros podem continuar a trabalhar nestas condições. Sobre o processo de construção de novas instalações, o médico recorda que a história do Centro de Saúde da Fernão de Magalhães é feita do “anúncio de novas instalações que nunca vem a acontecer. Até ver essas novas instalações, a OM vai continuar a fazer pressão para que esta situação se resolva”.