Jornalista da RTP agredido tem pulso partido e foi suturado no couro cabeludo
Direcção de informação do canal público apresentou queixa-crime.
O repórter de imagem da RTP violentamente agredido na tarde quinta-feira junto a uma escola em Chelas por familiares de um aluno que alegadamente terá violado um colega levou pontos no couro cabeludo, tem um pulso partido e várias escoriações na cabeça e tronco.
Rita Marrafa de Carvalho, uma das jornalistas da RTP que se deslocaram à Escola Básica dos Lóios, em Chelas, para resgatar os colegas agredidos, conta na sua conta do Facebook que o seu camarada de redacção “foi barbaramente agredido” e acrescenta que, depois de chegarem à escola, só conseguiram sair duas horas depois e escoltados pela PSP.
“Somos isso. Uma equipa. E cuidamos uns dos outros”, diz Marrafa de Carvalho, agradecendo o apoio da PSP.
O repórter de imagem foi agredido pouco depois de chegar à escola em Chelas para investigar uma alegada violação de um aluno de 12 anos e um outro de 9 anos, confirmou ao PÚBLICO o Comando Metropolitano Lisboa da PSP.
O jornalista filmava desacatos entre as duas famílias dos alunos alegadamente envolvidos na agressão sexual quando os familiares do aluno de 12 anos o começaram a agredir, primeiro com um banco que o atingiu na cabeça e depois com murros e pontapés. O repórter teve de ser assistido no Hospital de São José.
Mesmo a ser agredido continuou a filmar até a sua câmara ser projectada para o chão, como mostram as imagens divulgadas pela RTP.
A PSP identificou e deteve dois homens, um suspeito das agressões e outro por resistência à autoridade. A um dos detidos foi recuperado um relógio que tinha sido roubado ao jornalista.
A PSP continua a investigar as agressões, bem como alegada violação, tendo já dado conta das suspeitas à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.
Já nesta sexta-feira a Direcção de Informação da RTP condenou "com veemência" as agressões a dois jornalistas, adiantando que já avançou com uma queixa-crime.
“A agressão a um jornalista é um acto inaceitável e cobarde. (…) Não pode deixar de condenar com veemência as agressões, atentatórias da liberdade de informação, que mais não visam do que condicionar o exercício do jornalismo", diz a direcção do canal público em comunicado
A direcção de informação da RTP adianta que já solicitou ao departamento jurídico que accionasse uma queixa-crime, porque "é de um crime que se trata, esperando que os culpados sejam identificados e punidos".
Já na quinta-feira, o Sindicato de Jornalistas (SJ) condenou veementemente a agressão sofrida pelos dois jornalistas da RTP.