A cadeia de hipermercados El Corte Inglés cancelou uma campanha de financiamento para compra de animais de estimação, depois de ter estalado uma polémica nas redes sociais. Tudo começou na manhã desta quinta-feira, quando a associação IRA – Intervenção e Resgate Animal partilhou no Facebook uma fotografia de um cartaz da iniciativa – que decorreu na loja de Vila Nova de Gaia –, considerando que ajudava a “promover o abandono dos animais”.

A partir daí, a publicação ganhou vida própria: foi partilhada mais de três mil vezes e comentada por centenas de pessoas – umas discordavam, outras nem tanto. A decisão de suspender a campanha foi tomada “face aos comentários de alguns clientes que não concordavam com o teor da campanha”, explica ao PÚBLICO a directora de comunicação da superfície comercial, Susana Santos. Ainda assim, a responsável afirma que “é impossível agradar a toda a gente”.

A associação IRA declarou que este tipo de iniciativas facilitava o “abandono de animais” e diminuía o número de adopções daqueles que se encontram em canis municipais e associações.

“É uma campanha que repudiamos, que estimula a aquisição dos animais por facilitismo sem qualquer responsabilidade para com o mesmo e contraria a legislação em vigor, onde os animais deixam de ser ‘coisas’”, lia-se no estado no Facebook que apelava à denúncia daquele caso.

Poucas horas e várias críticas depois da sua publicação, o El Corte Inglés anunciou na sua página de Facebook que tinha cancelado a campanha que permitia aos titulares do cartão de crédito do estabelecimento comprar animais em valores superiores a 200 euros, oferecendo a possibilidade de pagamento até 12 meses sem juros. A campanha aplicava-se unicamente à aquisição de animais de estimação e não de produtos para animais.

“No El Corte Inglés valorizamos muito a opinião dos nossos clientes e da comunidade onde estamos inseridos”, lê-se no comunicado.

É ainda realçado que a cadeia de hipermercados colabora activamente com instituições de animais; a directora de comunicação disse, no entanto, que não pretendem “usar as acções de responsabilidade social para atenuar a crítica”. “Mesmo com os criadores com quem estabelecemos uma relação comercial é garantida a consciência e responsabilidade social”, sublinha Susana Santos.