Tribo brasileira indemnizada por danos espirituais provocados por queda de avião
Indígenas reclamavam quatro milhões de reais devido a um acidente aéreo em 2006, alegando que a zona onde habitavam ficou contaminada pelo combustível e que os espíritos das vítimas tinham permanecido no local.
Uma das maiores companhias aéreas brasileiras, a Gol, vai pagar quatro milhões de reais (quase 1,2 milhões de euros) a uma tribo indígena devido à queda de um avião em 2006, na qual morreram 154 pessoas, entre as quais um português.
Um avião comercial da companhia colidiu, em pleno voo, contra um jacto privado por cima da reserva da tribo Caiapó, na floresta da Amazónia. Os indígenas deixaram a zona, recusando-se a regressar, mas alegando que a região onde habitavam ficou contaminada pelo combustível das aeronaves e marcada pelo sangue e presença dos espíritos das vítimas, noticia uma reportagem do programa Fantástico da Globo.
Os destroços do avião da Gol continuam no local. Por isso, os indígenas pediram uma indemnização por danos espirituais. Mas o pedido de compensação financeira engloba danos materiais, devido à destruição de várias habitações e de um centro de saúde.
Na altura do acidente o jacto privado, um Embraer Legacy 600, estava a viajar rumo aos EUA e conseguiu aterrar em segurança num aeroporto nas proximidades depois de embater na asa do Boeing da Gol, que se despenhou na zona de Mato Grosso, na Amazónia, vitimando as 154 pessoas a bordo.
O Ministério Público brasileiro, a companhia aérea e os representantes da tribo chegaram a um acordo inédito para que fosse pago a compensação financeira total exigida.