Benfica de estádio aberto à selecção mas exige clarificação da FPF

Nova polémica entre clube da Luz e federação.

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RAFAEL MARCHANTE/REUTERS

“O Estádio da Luz estará sempre aberto aos jogos da selecção”, mas “exige-se uma clarificação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para se demarcar deste tipo de claques”. É esta a posição do Benfica, assumida ao PÚBLICO por fonte oficial do clube, depois das notícias desta manhã de que o clube poderia deixar de ceder o seu estádio para os jogos da selecção.

Esta fonte garante que “nunca esteve em causa” deixar de emprestar o estádio à selecção, qualificando como “sem fundamento” a notícia desta manhã do jornal A Bola.

Ainda assim, o Benfica considera que se “exige uma clarificação da FPF para se demarcar deste tipo de claques.”

“Devemos ser o único país do mundo onde a claque do próprio país é escoltada pela polícia até ao estádio”, acrescentou a mesma fonte, notando que a claque exibiu “fumos azuis”.

O clube promete emitir ainda nesta segunda-feira um comunicado sobre o assunto, que é a mais recente polémica com a FPF.

Esta posição do Benfica surge depois de a claque da selecção ter sido protagonista de cânticos insultuosos no sábado, a caminho do estádio da Luz.

Estes cânticos, gravados num vídeo disponível no YouTube, aconteceram quando a claque da selecção era conduzida pela polícia até ao estádio da Luz, para o jogo com a Hungria, que Portugal venceu por 3-0. Fernando Madureira, líder dos SuperDragões e membro da claque da selecção, diz que foram provocados. “Já perto do estádio, sensivelmente 30 elementos, que conotei com a claque benfiquista No Name Boys, começaram a insultar-nos e houve, da parte de alguns elementos nossos, uma reacção. São coisas normais, não foi possível controlá-las”, justificou Fernando Madureira em declarações ao jornal A Bola, acrescentando que “dentro do estádio, em nenhum momento, houve qualquer cântico contra o Benfica”.

Esta polémica, que ainda não teve reacção da Federação Portuguesa de Futebol, foi, no entanto, comentada pelo seleccionador Fernando Santos. Confrontado com a alegada ameaça do Benfica, o seleccionador considera que, “sinceramente”, é “difícil pensar” nesse cenário e pediu “serenidade”.

A polémica passou despercebida a Fernando Santos durante o encontro. “Durante o jogo não vi nada disso”, notou, lembrando que “nos últimos dois, três anos, os estádios têm estado sempre cheios” e é isso que espera que continue a acontecer.

Para o treinador, a prioridade da equipa nacional é manter-se “centrada e coesa” e “com uma vontade de fazer o melhor” e é aí que se deverá concentrar.

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