Videoclipe
Por que não prender a banda CRU?
Esta galeria é uma parceria com o portal Videoclipe.pt, sendo a seleção e os textos dos responsáveis do projeto.
A crónica de Hilário Amorim: Videoclipe, o herói improvável
Foi há precisamente dois anos que uma banda, com elementos já cadastrados de outras rusgas musicais, lançava um ataque cheio de estilo às nossas pacatas ancas. Sacavam um refrão carregado de groove e diziam “Tens Mesmo De Querer”. Uma CRUeldade! Por essas rádios e palcos. O pior foi que a soldo desse gangue o “agitador visual” Ricardo Teixeira mandava um ator aprumado e apessoado espernear que nem doido num ainda mais cativante vídeo. Aqui destacado e aqui sufragado melhor videoclip3 de 2015. Revistos os tombos e a resiliência dele entende-se o duelo e a provocação feita agora aos manfios, mas o coitado do Paulo Calatré não sai bem desta nova investida da banda, que traz finalmente álbum no bolso. Este “Espaço”, apesar de munido da mesma mistura de soul, funk, poprock, jazz, r&b, já não ataca, mas insinua-se ao corpo. Assim, os rufias nem sangue provocam, tudo limpinho; só estilo, classe. Mas a insídia de certos enquadramentos e a teatralização levam-nos ao móbil do crime: para a partilha dos videoclipes na net exige-se desconstrução do modelo de performance e uma descontração irónica no modo. Estes tipos sabem-na toda. Sacanas! Deviam ser presos.
Texto escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, a pedido do autor.