Cristina Kirchner, ex-Presidente da Argentina, vai ser julgada por fraude
É o primeiro julgamento da antiga chefe de Estado, que está a ser investigada também por corrupção e enriquecimento ilícito.
A antiga Presidente argentina Cristina Kirchner vai ser julgada por "fraude contra a Administração Pública" no processo conhecido como "Dólar Futuro", em que é acusada de ter manipulado a cotação do dólar por parte do banco central argentino. Kirschner é alvo de várias investigações judiciais — é suspeita de corrupção, de lavagem de dinheiro e de enriquecimento ilícito —, mas este é o processo mais avançado.
A data do início do julgamento ainda não foi marcada. Mas será a primeira vez que uma antiga chefe de Estado enfrenta um processo que pode ter a prisão como desfecho — a pena vai de um a seis anos.
O "Dólar Futuro", explica o jornal argentino Clarín, diz respeito a uma das últimas decisões de Krischner quando era Presidente e envolve também os então ministro da Economia, Axel Kicillof, e o governador do Banco Central, Alejandro Vanoli. Na altura em que o Governo limitou a compra e venda de dólares, e sabendo-se que a cotação ia subir, foi vendido o chamado "Dólar Futuro", que gerou grandes lucros a quem o comprou — sobretudo as grandes fortunas, diz o espanhol El País.
O juiz responsável pela investigação defende que o Governo Kirchner prejudicou o Estado, que perdeu enormes quantidades de dinheiro, cerca de 3,500 milhões de dólares que tiveram que ser pagos já depois de Cristina Krischner ter perdido as eleições, ganhas por Mauricio Macri.
A defesa da ex-Presidente argumenta que não era possível prever o que ia acontecer e dizem que Macri foi o responsável pela desvalorização do peso.
Os jornais argentinos notam que este caso, apesar de ser o primeiro a sentar a antiga chefe de Estado no banco dos réus, não é o que mais preocupa Kirschner, mas sim os de corrupção e enriquecimento ilícito, em que estão implicados os filhos da antiga Presidente.