Espalhafatoso, a tender para o tédio

A Idade das Sombras tem muito de maquinal e desalmado, e tende forçosamente para o tédio.

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Kim Jee-Won não repete Eu vi o Diabo, filme singular (e bastante alucinado) que há uma meia-dúzia de anos nos ficou na retina pela capacidade de pegar em fórmulas (o thriller psicanalítico, o terror alusivo) para as fazer explodir.

Grande produção do mainstream, cada vez mais poderoso, da indústria sul-coreana, A Idade das Sombras é bem mais espalhafatoso e muito menos surpreendente, prefere o virtuosismo da factura, o “espectáculo” por si mesmo, imaculadamente competente mas destituído de qualquer desafio ao espectador — a “coreografia da violência” está mais que vista, digere-se com facilidade, sobretudo quando não é acompanhada (como em Tarantino, por exemplo) pela criação de um território moralmente ambíguo onde aprisionar o espectador.

E portanto A Idade das Sombras tem muito de maquinal  e desalmado, e tende forçosamente para o tédio. 

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