Carreiras corrige-se e diz que prefere que Teresa Leal Coelho ganhe em Lisboa
Mesmo assim, coordenador autárquico dos sociais-democratas continua a dizer que deseja "votação expressiva" quer no PSD quer no CDS e elege a abstenção como o grande adversário em Lisboa.
O coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras, quis “corrigir” as suas declarações da manhã desta terça-feira à TSF, em que disse ser “indiferente” que a vencedora das autárquicas em Lisboa seja Teresa Leal Coelho ou Assunção Cristas, mas voltou a desejar que PSD e CDS tenham uma “votação expressiva”.
Em conferência de imprensa, à margem da comissão política nacional, Carlos Carreiras assumiu que queria corrigir as suas declarações sobre a candidata do PSD e elegeu a abstenção como o grande adversário dos dois partidos. “Em Lisboa, o nível de abstenção é de 55%. O PSD - e também o CDS - tentará trabalhar para que esse descontentamento que nos chega todos os dias por parte de munícipes e que, porventura, não sintam apelo para votar, que sintam esse mesmo apelo e revertam a situação, para que o PSD possa ter com o CDS uma votação expressiva”, afirmou.
Relativamente a Teresa Leal Coelho, Carlos Carreiras disse ser uma candidata “muitíssimo preparada”, “absolutamente conhecedora dos problemas de Lisboa”, acrescentando que são argumentos “suficientes para ter uma votação positiva, ganhadora”.
Esta manhã, as declarações do coordenador autárquico geraram surpresa e incómodo no PSD, quando falou no resultado eleitoral de Teresa Leal Coelho e de Assunção Cristas. “O ideal era mesmo que as duas ficassem em primeiro e em segundo lugar. E neste caso a ordem dos factores para mim seria indiferente”. Perguntado sobre se lhe é mesmo indiferente essa posição eleitoral, Carreiras respondeu: “Gostaria muito mais que fosse a candidatura do PSD que ganhasse. Mas se chegarmos ao dia e as duas candidatas estivessem em primeiro e em segundo lugar seria um excelente resultado”.
Questionado sobre se aceita uma vitória do CDS em Lisboa, o dirigente e presidente da Câmara de Cascais referiu não existirem coligações entre PCP, BE e PS - os partidos que apoiam o Governo -, apesar de haver alianças “escondidas”, traduzidas em “candidaturas mais fracas para potenciarem aquele que estará em vantagem”, disse numa alusão ao socialista Fernando Medina. Já o CDS é "amigo e nosso parceiro” do PSD, afirma Carreiras, lembrando que este ano haverá mais coligações entre os dois partidos – 99 já fechadas -, face às 87 firmadas em 2013.
Depois da reunião da comissão política nacional – em que se esperava a homologação de 160 candidatos – restarão 15 concelhos, entre os quais Oeiras, além das regiões autónomas, por fechar. Carreiras admitiu que se tentarão resolver esses casos até ao final deste mês – para ficar dentro do prazo estabelecido pelo próprio partido –, mas que, mesmo que passem para Abril, o PSD será “o partido mais adiantado” no processo autárquico.