Número dois da Uber repudia “os valores” que norteiam a empresa e demite-se

“Não posso continuar a ser o presidente desta empresa”, escreveu Jeff Jones.

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Jeff Jones afirma que a situação da empresa é mais difícil do que previa LUSA/ALEX HOFFORD

Jeff Jones, presidente e braço direito de Travis Kalanick na Uber, demitiu-se no domingo. Jones viu-se obrigado a deixar o lugar depois das controvérsias que rodeiam a empresa, onde estava na empresa apenas desde Outubro de 2016.

“Tornou-se claro que os valores e as abordagens à liderança que têm guiado a minha carreira são inconsistentes com aquilo que vi e experienciei na Uber”, escreveu Jeff Jones, num e-mail divulgado pela Recode.“Não posso continuar a ser o presidente desta empresa”, afirmou.

A Uber esteve no centro da controvérsia várias vezes ao longo dos últimos seis meses: da tentativa de boicote às manifestações contra o decreto presidencial que proibia a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos nos EUA, às denúncias de assédio sexual, passando por um vídeo em que Kalanick é visto a maltratar um motorista.

Num e-mail enviado aos funcionários, a que a Bloomberg teve acesso, Kalanick escreveu que Jones “teve um grande impacto na empresa”, nos seis meses em que lá trabalhou, mas que, depois de ter anunciado a intenção de contratar um novo presidente, “Jeff decidiu que não via o seu futuro na Uber”.

Jones não é o único a deixar a empresa de transportes. De acordo com o New York Times, Brian McClendon, o responsável pelo sistema de mapas da empresa, afirmou, no domingo, que também ia seguir o mesmo caminho.

Texto editado por Hugo Torres

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