Venda de produtos para dormir cresceu 46% no último ano
Esta sexta-feira assinala-se o Dia Mundial do Sono.
Há quem precise de oito, há quem precise de dez e há quem (como o Presidente da República) diga que só precisa de quatro horas de sono. A necessidade varia com o perfil de cada pessoa, mas há cada vez um número maior de pessoas com dificuldade em dormir. Exemplo disso são os números ds vendas de produtos calmantes que ajudam a dormir. Só no último ano a venda destes produtos aumentou cerca de 46% em relação a 2015. Os dados são da consultora Quinteles IMS e são citados esta sexta-feira, Dia Mundial do Sono, no Jornal de Notícias.
No conjunto de produtos analisados foram tidos em conta dois tipos de produtos para dormir: os classificados como suplementos alimentares e medicamentos sem receita médica. A grande subida acontece na primeira categoria, nos produtos classificados como suplementos alimentares, com um aumento de 332.789 para 486.974, o que se traduziu numa subida do valor do mercado de 4,7 milhões de euros em 2015 para 6,3 milhões de euros. Já a categoria dos medicamentos sem receita médica registou uma descida.
Os números revelados coincidem com dados de um estudo realizado pela Conforama em Janeiro deste ano e com o aumento de casos de privação do sono que chegam aos consultórios. Mostram os dados recolhidos que dois em cada três portugueses não dormem o suficiente, descansando sete ou menos horas por dia. Além disso, cerca de metade dos inquiridos dizem não conseguir dormir bem durante a noite.
Já a Associação Portuguesa do Sono (APS) precisa que cerca de 20% dos portugueses têm dificuldade em adormecer. De acordo com um inquérito de 2016 da Deco, feito a mais de 1100 pessoas, uma em cada quatro tinha tomado fármacos para adormecer.
A privação de sono pode traduzir-se em consequências graves, quer para crianças quer em adultos. Diabetes, doenças cardiovasculares, sonolência diurna, problemas de memória e problemas de desenvolvimento cognitivo, ataques de sono (que acontece muito nos condutores), são alguns dos problemas que podem resultar de uma noite mal dormida.
Em declarações ao PÚBLICO em Fevereiro deste ano, Joaquim Moita, presidente da APS, desaconselhava justamente o recurso a fármacos como as benzodiazepinas e alprazolam, que ajudam a adormecer mas prejudicam a qualidade do sono, e podem também ter um potencial adictivo. Em vez disso, o médico aconselha algumas rotinas. Levantar todos os dias à mesma hora – nos fins-de-semana o processo poderá atrasar, no máximo, uma hora– e deitar, igualmente, à mesma hora. Evitar fumar e beber álcool, devendo-se optar por refeições ligeiras, sobretudo ao jantar. O exercício físico é recomendável desde que seja moderado e não seja feito logo ao acordar ou antes de deitar.