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Donald Tusk reeleito presidente do Conselho Europeu

O antigo primeiro-ministro polaco ocupa o cargo desde 2014 e enfrentava a oposição do Governo do próprio país.

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Reuters/ERIC VIDAL

Donald Tusk foi reconduzido esta quinta-feira na presidência do Conselho Europeu, apesar da oposição do Governo polaco.

A decisão foi tomada pouco tempo depois de os líderes europeus terem entrado para a cimeira de Bruxelas e revelada pelo primeiro-ministro belga, Charles Michel, através do Twitter. A continuação de Tusk à frente do Conselho recebeu o voto de 27 dos Estados-membros e a oposição apenas de um, de acordo com fontes citadas pela BBC.

A oposição veio da Polónia, o país-natal de Tusk, que já tinha feito saber publicamente que não concordava com a recondução do ex-primeiro-ministro. Pela primeira vez, o presidente do Conselho não foi escolhido por unanimidade, embora essa não seja uma condição necessária para determinar a nomeação – é suficiente uma maioria qualificada.

Tusk agradeceu a "confiança" depositada pelos líderes europeus e prometeu tudo fazer para "melhorar a União Europeia".

Antes do início da cimeira, o Governo ultraconservador polaco tinha endurecido o discurso contra a possível escolha de Donald Tusk, chegando a apresentar um candidato alternativo – o eurodeputado Jacek Saryusz-Wolski, membro do partido de Tusk, a Plataforma Cívica. A estratégia de Varsóvia era adiar a votação do presidente do Conselho, mas os restantes líderes deixaram a primeira-ministra, Beata Szydlo, isolada ao decidirem votar quase de imediato.

“Vamos fazer tudo para assegurar que a reeleição não aconteça hoje [quinta-feira]”, tinha dito o ministro dos Negócios Estrangeiros, Witold Waszczykowski, em declarações ao canal TVN24, citado pela Reuters. “Vamos informar os nossos parceiros que a cimeira de hoje irá ficar ameaçada se insistirem em votar hoje”, acrescentou o chefe da diplomacia, momentos antes de a cimeira ter início.

Mas a generalidade dos líderes europeus tinha já revelado a intenção de manter Tusk no cargo, sublinhando a necessidade de estabilidade para voltar a escolher o polaco para chefiar o Conselho Europeu.

A oposição do Governo polaco está relacionada com a política doméstica. Tusk, que pertence ao partido Plataforma Cívica, é um rival de longa data do líder de facto do Partido Lei e Justiça, no poder, Jaroslaw Kaczynski. O homem-forte do Governo polaco disse que a recondução de Tusk é uma prova de que a UE é "dominada pela Alemanha".

À entrada para a cimeira, foram vários os líderes europeus a manifestar o seu apoio à continuidade de Tusk, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, François Hollande - de quem se falou como um possível presidente do Conselho Europeu. O primeiro-ministro português, António Costa, disse à Lusa estar "confortável" com a escolha do polaco. Tusk recebeu igualmente o apoio do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, visto como um aliado frequente de Varsóvia em várias questões europeias.

Também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, manifestou vontade de “continuar a trabalhar” com o ex-primeiro-ministro polaco. No entanto, Juncker já disse que não se recandidatará a um novo mandato em 2019.

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