Advogada detida ao levar droga para a prisão aguarda interrogatório em liberdade
A profissional foi constituída arguida por suspeita de tráfico de estupefacientes, devendo ainda ser presente ao Tribunal de Instrução Criminal para interrogatório judicial.
Uma advogada foi detida, esta segunda-feira, quando levava 100 gramas de haxixe, seringas e outros objectos proibidos a um cliente preso no Estabelecimento Prisional Regional de Vale do Sousa, em Paços de Ferreira, considerado de alta segurança.
A advogada, com escritório em Braga, foi constituída arguida com Termo de Identidade e Residência, por suspeita de tráfico de estupefacientes, devendo ainda ser presente ao Tribunal de Instrução Criminal (TIC) para interrogatório judicial, confirmou o bastonário da Ordem dos Advogados, Guilherme Figueiredo, ao PÚBLICO.
A advogada, que tentava entrar na cadeia com 100 gramas de haxixe, seringas e acessórios para telemóveis, foi detida esta segunda-feira pela GNR, que foi chamada pelos guardas prisionais ao encontrarem os objectos durante a revista, à entrada.
Guilherme Figueiredo afirmou ao PÚBLICO que "a advogada já refutou que tenha qualquer tipo de responsabilidade". A arguida, que já se reuniu com o bastonário da Ordem, alega que os objectos foram plantados na carteira que transportava, tendo mesmo indicado pessoas que suspeita estarem envolvidos no esquema.
"Trata-se de uma circunstância anómala. Os advogados sabem que podem ser revistados à entrada das cadeias para as visitas profissionais que fazem. Porque é que levava então a droga e os outros objectos proibidos? A investigação irá certamente apurar se haveria mais alguém envolvido", afirmou o bastonário da Ordem dos Advogados ao Diário de Notícias.
A profissional poderá ser alvo de um processo disciplinar, caso o Ministério Público ou o estabelecimento prisional façam uma participação ao Conselho de Deontologia da Ordem dos Advogados no Porto, explicou Guilherme Figueiredo ao PÚBLICO.