Temporal nos Açores destruiu o Cella, "o bar mais bonito do mundo"
A ondulação atingiu os 13 metros esta segunda-feira, situação que "não estava prevista" e que foi "invulgar", danificando várias estruturas na Madalena, na ilha do Pico.
O premiado Cella Bar, no porto da Barca, na ilha do Pico, foi destruído esta segunda-feira pela força do mar.
Segundo o presidente da câmara da Madalena, José António Soares, a "ondulação fortíssima" destruiu o rés-do-chão do premiado edifício. Apelidado por alguns como "o bar mais bonito do mundo", o Cella Bar foi galardoado pelo portal de arquitectura Archdaily com o Prémio Edifício do Ano 2016, em Fevereiro do ano passado.
A forte ondulação marítima provocou graves danos na orla da Madalena, na ilha do Pico, esta segunda-feira. O secretário dos Transportes e Obras Públicas dos Açores, Vítor Fraga, disse à agência Lusa que "os galgamentos neste porto são generalizados, ao longo de todo o molhe, chegando inclusive à casa de aprestos e à via de acesso ao porto".
"Estamos a fazer o acompanhamento da situação, nomeadamente no porto da Madalena, onde os danos visíveis são no muro de cortina na cabeça do molhe, com o derrube de três módulos", afirmou Vítor Fraga.
Em comunicado, o município da Madalena adianta que o mar invadiu também o "Museu de Cachalotes e Lulas, provocando fortes estragos", nomeadamente na exposição de lulas de Malcolm Clarke. "A exposição está inutilizada", declarou o presidente da câmara, José António Soares, à Lusa.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou que a ondulação que danificou várias estruturas na Madalena atingiu os 13 metros, situação que "não estava prevista" e que foi "invulgar".
Esta segunda-feira, o comandante do porto da Horta, na ilha do Faial, determinou o fecho a toda a navegação do porto da Madalena, devido às condições meteorológicas, sobretudo o estado do mar.
"Temos informação da existência de alguns danos na orla costeira da Madalena, pelo que vamos fazer uma ronda pelo local", adiantou Rafael da Silva, explicando que em causa não está a altura das ondas, mas a energia que transportam, conjugada com a hora da preia-mar, o que acabou por provocar estragos.