Jean-Claude Juncker não se vai recandidatar à presidência da Comissão Europeia
O presidente da Comissão Europeia anunciou que não vai concorrer ao segundo mandato em 2019.
O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou este sábado que não se vai recandidatar ao cargo em 2019, altura em que termina o seu mandato de cinco anos. As declarações foram feitas à rádio pública alemã Deutschlandfunk, numa entrevista que passará integralmente naquele canal radiofónico este domingo.
O antigo primeiro-ministro luxemburguês, de 62 anos, tornou-se presidente da Comissão Europeia em Novembro de 2014, depois de ter presidido ao Eurogrupo (o grupo de ministros das Finanças dos países da zona euro) de 2005 a 2013. Na entrevista, Juncker refere que a campanha de 2014 “foi boa", mas "não haverá segunda". "Não me vou candidatar de novo."
Como está a cumprir o primeiro mandato, Juncker tinha ainda a possibilidade de se candidatar mais uma vez. A confirmar-se a sua intenção de não o fazer, fica aberta a porta para uma nova disputa política europeia na escolha do seu sucessor.
Jean-Claude Juncker mostrou ainda estar preocupado relativamente à estabilidade da União Europeia durante as negociações da saída do Reino Unido do grupo europeu, na sequência do "Brexit". "Os europeus ainda não sabem, mas o Reino Unido tem uma estratégia. Vai oferecer isto ao país A, aquilo ao B, e ainda outra coisa ao C", antecipou. Face a esta estratégia, defendeu, será muito difícil que os europeus tenham uma frente unida.
A sua nomeação para a presidência da Comissão marcou a primeira vez em que a escolha do responsável para o cargo foi influenciada pelo resultado das eleições do Parlamento Europeu, algo que não está formalmente nas regras da União Europeia.
Na campanha eleitoral, o Parlamento apresentou os candidatos à chefia do executivo europeu, e os chefes de Estado e Governo dos 28, que é quem efectivamente escolhe o presidente, acatou esta ideia, aprovando o candidato do grupo Popular (centro-direita), o mais votado nas eleições.