Câmara de Lisboa não descarta parques grátis para quem anda de transportes públicos

Proposta comunista foi aprovada por unanimidade, mas o vereador do PSD diz que os parques dissuasores só resolvem parte do problema, pois só servem quem mora fora de Lisboa. Para os lisboetas, lamentou, continua a não haver tratamento "especial".

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É preciso diminuir o número de automóveis no centro da cidade, defendem todos os vereadores RG RUI GAUDENCIO

Os parques de estacionamento nos limites geográficos de Lisboa podem mesmo vir a ser gratuitos para quem tenha bilhete ou passe de transportes públicos. A câmara municipal comprometeu-se esta quinta-feira a avaliar essa possibilidade e garante que os resultados do estudo serão apresentados brevemente.

Esta decisão teve como ponto de partida uma proposta dos vereadores do PCP, que queriam ver implementada essa gratuitidade “desde já” nos parques que a autarquia está a construir. A maioria socialista defendeu que a proposta fosse alterada. “Ficou-se de avaliar a gratuitidade, pois estão a ser negociados parques muito diferentes”, explica fonte oficial da câmara.

Os comunistas acabaram por aceitar a alteração porque ainda nenhum dos parques que a autarquia prometeu está concluído. Ou seja, em nenhum se poderia aplicar gratuitidade “desde já”. No fim da reunião privada desta quinta-feira, o vereador João Ferreira disse aos jornalistas que Fernando Medina garantiu que, até ao fim das obras do parque da Ameixoeira (aquele que está em fase mais avançada), “a avaliação estará feita”.

Além do estacionamento na Ameixoeira, que terá 530 lugares, a câmara vai começar nas próximas semanas as obras de um parque na Rua Manuel Gouveia (Areeiro) para 300 automóveis. Para mais tarde, mas ainda em 2017, ficam os parques da Pontinha (1300 lugares) e Pedrouços (150). A ideia subjacente aos parques dissuasores é que os automobilistas sejam dissuadidos de entrar com o carro em Lisboa, optando pelos transportes colectivos. Ainda assim, a autarquia está a negociar novos preços com privados que gerem parques já dentro da cidade – nos estádios da Luz (800 lugares) e de Alvalade (200) e na Bela Vista (370).

“Iremos avaliar a avaliação” quando esta for apresentada aos vereadores, afirmou João Ferreira, cuja proposta mereceu o voto favorável de todas as forças políticas. Para João Gonçalves Pereira, eleito do CDS, “faz todo o sentido criar parques dissuasores, mas que eles se concentrem fora da cidade”. E só esses é que “devem ser gratuitos para quem dispõe de título de transporte”, acrescentou o centrista.

Já o vereador António Prôa, do PSD, alertou que “tem de haver uma articulação metropolitana” na criação dos parques, que devem ser “à entrada, do lado de fora da cidade”. Por outro lado, e uma vez que este estacionamento se destina a “resolver problemas dos munícipes de fora de Lisboa”, o social-democrata disse que a câmara devia tratar os lisboetas de “forma especial”. Em Janeiro de 2016, o partido propôs que os moradores pudessem estacionar em toda a cidade sem pagar, mas a medida foi chumbada.

Na reunião desta quinta ficou ainda decidido que, brevemente, será marcada uma outra reunião -- esta para debater o novo aeroporto de Lisboa, no Montijo.

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