Toalhas "fofinhas" e relatórios curtos, os novos caprichos de Trump
As toalhas para limpar as mãos no Air Force One não são suficientemente macias. Os memorandos não podem ter mais de uma página e ele vê televisão por cabo a mais. O comportamento e a abordagem do Presidente dos EUA começa a preocupar a Administração.
O comportamento quotidiano, as exigências e a abordagem de Donald Trump na Presidência dos EUA estão a baralhar e a dificultar o trabalho do staff da Casa Branca. A campanha nas primárias republicanas e presidenciais já tinham mostrado um candidato fora do comum e os primeiros tempos como Presidente estão a comprovar que Trump também é muito diferente dos anteriores inquilinos da Casa Branca. Agora começam a surgir na comunicação social alguns pormenores que estarão a colocar em água a cabeça dos funcionários da Casa Branca e da própria Administração.
O Huffington Post publica mais alguns caprichos do novo Presidente norte-americano. Por exemplo, diz que as toalhas para secar as mãos no avião presidencial, o Air Force One, não agradam nada ao republicano por serem pouco macias – ou, como se diria em bom português, são pouco “fofinhas”.
Outro dos aspectos peculiares no Presidente é o facto de ter quase uma obsessão pela actuação dos membros da sua Administração na televisão. Por exemplo, Trump assiste com particular atenção a todos os briefings diários do secretário para imprensa, Sean Spicer. O programa Saturday Night Live, que se tem tornado conhecido pela satirização do magnata, o que não agrada nada ao Presidente, é também algo que Donald Trump não perde.
Os memorandos da equipa que lhe chegam às mãos também têm de respeitar as suas preferências: nada de muito longo. De preferência só um resumo de uma página com nove pontos no máximo em cada, dizem fontes anónimas citadas pelo Huffington Post.
Este tipo de revelações segue a linha de outras que têm sido divulgadas pela comunicação social norte-americana, com base em informações que saem de dentro da Casa Branca ou da própria Administração. O Huffington Post, que cita fontes oficiais de agências estatais e do interior da Casa Branca que falaram sob condição de anonimato, nota que esse facto pode representar, exceptuando aqueles que o fazem estritamente por oposição política, um receio cada vez maior em relação a esta abordagem pouco comum do novo Presidente dos EUA.
Os pormenores sobre a conversa telefónica com o primeiro-ministro australiano ou com o Presidente do México, onde Trump chegou a sugerir enviar tropas americanas ao país para conter o tráfico de droga, rapidamente surgiram em público. Neste último caso, a Casa Branca justificou que a sugestão tinha sido feita em forma de piada.
O New York Times tinha já revelado também o fascínio do líder americano pelo sistema telefónico na Casa Branca e a forma como, continuadamente, se gaba da vitória eleitoral, inclusivamente no voto popular que defende ter vencido não fosse a "fraude" que acabou por dar mais votos a Hillary Clinton, ou da moldura humana que se apresentou na tomada de posse, que considera ter sido a maior de sempre. O mesmo jornal contou também, há poucos dias, como o Presidente se passeia pela Casa Branca de roupão de banho, que assistia a demasiada televisão por cabo e que liberta a sua frustração com tweets intensos e furiosos. Mais uma vez a Administração desmentiu, alegando que Trump nem sequer tem roupão de banho.